16/06/2023 14:00:26
Alagoas
Alagoano cai em golpe de venda de vouchers de passagens
Alagoano viu na compra e venda de vouchers uma oportunidade de negócio e acabou tendo dor de cabeça
ReproduçãoVenda de vouchers para viagens internacionais não passava de um golpe
Redação com Gazetaweb

Um grupo de 30 pessoas afirma ter caído em um golpe na compra de pacotes de viagem para a Europa, com prejuízo de cerca de R$ 150 mil. As viagens estavam marcadas para ocorrer a partir do próximo mês. Em contato com a reportagem, um alagoano, que teria intermediado as compras das passagens, que foram vendidas para pessoas conhecidas dele, disse que procurou a Polícia Civil do Estado e denunciou o caso.

O suspeito, que é de Pernambuco, usou um nome falso para aplicar o golpe. Ele usava uma identidade falsa e se apresentou como Paulo Victo da Silva, mas foi descoberto que o seu nome verdadeiro é David Wallas Carvalho Gomes. Nenhuma das vítimas que adquiriu as passagens é de Alagoas.

“No dia 29 de maio, um amigo meu de Maceió, mais velho, empresário, com vários amigos em comum e que eu conheço há certo tempo, falou em um grupo de WhatsApp sobre a venda de uns vouchers de empresas aéreas que fazem trechos internacionais a um valor muito abaixo do mercado. O mesmo disse que o sócio dele viajava toda semana e que a emissão era segura e certa, não só para mim, mas para todos que estavam no grupo. A partir daí, perguntei o preço e tentei me certificar se era, de fato, seguro. Prontamente, ele me mandou uma mensagem assegurando tal operação”, detalha o Boletim de Ocorrência feito pelo alagoano, que preferiu não se identificar.

Ele conta que viu na situação uma oportunidade de negócio. Compraria os vouchers por R$ 5 mil e os venderia por um valor superior, obtendo um lucro em cima de cada operação. Não sabia ele que tratava-se de um golpe.

“Pensei naquilo como uma oportunidade de negócio, mas antes de começar a oferecer aos meus amigos, eu fiz uma rápida pesquisa: vi que no site, de fato, tinha uma aba como ‘voucher tap’, vi que o voucher pode ser usado para emitir para terceiros e, por fim, vi que a maneira mais fácil de se conseguir um voucher era com reembolsos/processos jurídicos”.

“Mesmo com o conhecido dizendo que era seguro, decidi fazer um teste e comprei, inicialmente, somente dois vouchers. Feito isso, enviei os dados, as passagens e o passaporte para emissão. Prontamente me enviaram o código de reserva. Colocando no site, juntamente com o sobrenome do titular, aparecia, de fato, uma reserva, sendo que um código de confirmação era enviado sempre para o mesmo e-mail [do suposto emissor] e ele passava o código de verificação para mim e eu repassava para a pessoa que estava adquirindo. Vendo que, aparentemente, estava tudo correto, continuei intermediando e cheguei a vender 30 vouchers para amigos, conhecidos e amigos de amigos”, conta o alagoano.

Após a compra, o emissor sempre enviava um PDF, com a data da passagem, com o destino de origem e chegada, horário, estilo da categoria [executiva] e todas as informações do voo. “No entanto, ontem, às 21:43, um amigo me informou que ligou para a empresa e que a reserva dele não existia. Preocupado, também liguei e passei o código de reserva de outra pessoa que eu intermediei a passagem, e, infelizmente, o atendente disse que, de fato, existia uma reserva, mas que havia sido cancelada por falta de pagamento”, diz o boletim.

Segundo o alagoano, que comprou o voucher a R$ 5 mil cada e repassou a valores que variaram de R$ 6.750 a R$ 8 mil, o suspeito fazia a reserva, mandava o código, por estar dentro do prazo, para que fosse conferido pelo cliente, porém, cancelava a reserva em seguida por falta de pagamento. Todo o lucro obtido com a transação pelo alagoano está sendo devolvido às vítimas, mas o suspeito ainda não devolveu o valor pago por ele pelos vouchers.

“Farei meu máximo, o possível e o impossível para correr atrás e diminuir o prejuízo financeiro que todos tiveram. Estou disposto a devolver toda a diferença de preço do valor que eu recebi para o valor que eu paguei. Só fiz essa intermediação para ter a vantagem de viajar de graça. Estou à disposição para conversar com cada um que queira esclarecimento”, falou.

A Justiça, a Polícia Federal e a Delegacia de Crimes Cibernéticos também foram acionadas para a investigação do ocorrido.

De acordo com o alagoano, o colega que assegurou que a transação era segura não se responsabilizou por nada. Em contato com o suspeito, o alagoano obteve a promessa de que ele devolveria o dinheiro, mas até o momento, dos R$ 130 mil pagos a ele, somente R$ 5 mil foram entregues a uma das pessoas lesadas.

A Gazetaweb também entrou em contato com o suposto golpista. Ele não atendeu as ligações, mas respondeu às mensagens enviadas, negando ter aplicado um golpe. Disse apenas que a situação “já está sendo resolvida” e que “já está sendo feita a devolução dos valores”. Ele não deu mais explicações sobre o ocorrido. 

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