Uma história de superação que emocionou a equipe multidisciplinar da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica do Hospital da Mulher (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió. Diagnosticada com a doença causada pelo novo coronavírus, a pequena Anne Karolayne, de apenas um mês de vida, sobreviveu à Covid-19, após 19 dias internada.
A pequena Anne nasceu de parto cesáreo, com 33 semanas de gestação, em 6 de janeiro, na maternidade do Hospital Universitário (HU) de Maceió, pesando 1 quilo e 950 gramas e medindo 46 centímetros. Com poucos dias após ter recebido alta médica, a criança começou a apresentar cansaço e tosse, sintomas relacionados à Covid-19.
Contudo, sua mãe, Cristine de Paula da Silva, de 33 anos, não se queixava de nenhum desconforto em seu corpo. Conforme os dias iam passando, os sintomas de Anne iam aumentando, dando lugar à fraqueza e ao tom de pele azulada, geralmente devido à falta de oxigênio no sangue.
Naturais de Messias, município alagoano distante 37 quilômetros da capital, os pais de Anne, bastante preocupados, resolveram buscar assistência médica. Todavia, precisaram peregrinar por diversos locais em busca de um atendimento humanizado. Num período de seis horas, na tarde do dia 22 de janeiro, uma sexta-feira, eles tiveram que passar em sete lugares até chegar ao HM.
Já no hospital, com apenas 16 dias de vida, Anne precisou ficar sob ventilação não-invasiva. Essa modalidade, conhecida como VNI, consiste em um método para ajudar na respiração do paciente, através de aparelhos que não são introduzidos no sistema respiratório.
De acordo com a pediatra da UTI Neonatal do HM, Crisandra Fonseca, após 48 horas de internamento, o quadro de saúde de Anne piorou e ela precisou ser intubada. “Anne chegou estável, ficou com o suporte de oxigênio, mas, depois de 48 horas, o seu aparelho respiratório começou a apresentar dificuldade, fazendo com que a equipe multidisciplinar optasse pela intubação, a fim de salvar a vida dela. Ela foi uma grande guerreira durante todos esses dias. Ficamos felizes por ela ter vencido essa batalha”, comemorou.
Conforme a fisioterapeuta Anália Maria Cavalcante, “Anne desenvolveu um quadro muito comum nos adultos, que a Síndrome Respiratória Aguda Grave [SRAG], onde o pulmão dela ficou totalmente infiltrado”, destacou. Para a enfermeira Sidnicleia Bezerra, ver a bebê recuperada é gratificante, “principalmente porque ela não apresentou sequelas”, salientou.
Emocionado, o pai da criança, Givanildo Santos da Silva, de 37 anos, foi só elogios ao tratamento humanizado que sua filha recebeu da equipe multidisciplinar do HM. “O atendimento dos profissionais foi excelente. Se não fosse essa equipe maravilhosa, a minha filha não teria sobrevivido a essa doença. Obrigado, de coração!”, agradeceu.
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