“Eu resolvi tirar o terno para que a minha camisa branca simbolize todos os aventais brancos que salvaram vidas aqui no Hospital Celso Tavares”, disse o governador Renan Filho durante o encerramento da solenidade de desativação do Hospital de Campanha, em Maceió, na última segunda-feira (28). “Meus parabéns a vocês que se dedicaram e que, sobretudo no início, arriscaram a própria vida, a vida da sua família e a dos seus filhos”, agradeceu.
A frase e o gesto simbólico em homenagem aos profissionais da saúde expressam o reconhecimento e a gratidão a quem continua na linha de frente do combate a uma pandemia que ainda não acabou – a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou no início da semana que a covid-19 já provocou 1 milhão de mortes em todo o mundo e que, em média, a cada 16 segundos, uma pessoa morre por causa da doença. Por isso, todo cuidado ainda é pouco e o uso de máscara é obrigatório ao sair de casa.
Mas, graças aos esforços integrados do Governo do Estado, da ciência, dos representantes da classe médica, dos servidores públicos e da população em geral, Alagoas se tornou destaque nacional na luta contra o novo coronavírus: semana após semana, as estatísticas confirmam a queda no contágio, na taxa de ocupação de leitos e no número de óbitos.
Com uma atuação previdente, planejada, articulada e transparente no enfrentamento ao vírus, o Governo orquestrou e executou medidas determinantes para minimizar o saldo da tragédia que já tirou a vida de mais de 2 mil alagoanos. Agora, o relevante desempenho governamental recebe de volta os aplausos dos verdadeiros heróis de muitas batalhas contra um inimigo invisível e letal.
“O Governo de Alagoas se destacou nacionalmente não só por promover as indispensáveis campanhas de informação pública através de técnicos qualificados, mas também pela implantação de uma rede eficaz de diagnóstico e tratamento da covid-19”, assinala o oncologista Marcos Davi Melo, da Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
O médico lembra que, apesar de contar inicialmente com a coordenação do Governo Federal, a responsabilidade pelas orientações foi repassada para as administrações regionais. Mesmo assim, Alagoas se sobressaiu. “Os resultados – expressos em números e estatísticas disponíveis e transparentes para o público – mostraram que um estado pequeno e pobre pode cumprir exemplarmente a responsabilidade social com a sua população, sempre alinhado à ciência, às autoridades sanitárias nacionais e mundiais, e aos fatos”, complementa Marcos Davi Melo.
Colega de jaleco e instituição, o diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, enfatiza a seriedade das equipes que assessoram o Governo. “Médicos renomados com experiência em tratamento de patologias infecciosas, médicos muito capacitados no aspecto científico e seguros nas decisões baseados estritamente em evidências científicas sem influências do viés político”, constata.
Ao acentuar que “a formação da rede de atenção foi suficiente para acolher a todos sem que houvesse excessos nos gastos ou colapso no atendimento”, o médico pneumologista diz que, graças à intervenção do Governo do Estado, os leitos de UTI foram ampliados e garantidos. “Não houve em Alagoas o desespero de famílias suplicando por uma vaga para internação ou cortejos fúnebres de ambulâncias e famílias, como observado em alguns estados”, justifica.
Sociedade de Medicina
Como representante da Sociedade de Medicina de Alagoas (SMA) – entidade médica mais antiga do estado, fundada em 1917 –, Fernando Gomes de Andrade considera que “as ações de Estado, com o apoio da população e dos serviços essenciais, foram e são fundamentais para a adequada proteção de todos”. E também que “a forma e a atitude, por meio de medidas consistentes no combate à pandemia, constituíram uma política de Estado para o benefício da cidadania das Alagoas”.
Entre outros méritos, o presidente da instituição aponta para a gestão centrada no Palácio República dos Palmares o posicionamento “de códigos e posturas maduros e competentes para conter os danos provocados pela guerra sanitária mais grave da história contemporânea”.
Além do papel decisivo do Estado, Fernando Gomes enaltece – “com louvor” – a competência dos profissionais médicos e de enfermagem diante da catástrofe que abala o mundo. “Médicos e enfermeiros convocados para servir à causa mostraram preparo e alta capacidade para resolver problemas, seja nos hospitais públicos e privados, seguindo os protocolos mais efetivos no mundo”, atesta.
Com atuação na linha de frente, a médica Marília Magalhães foi uma delas. A jovem profissional ajudou a salvar vidas ao proceder com atendimentos de emergência no Hospital Escola Helvio Auto e, assim como os demais ouvidos neste texto, ao conceder entrevistas e orientações que auxiliaram a população a se prevenir e a lidar com a enfermidade.
Especializanda em Medicina Paliativa, ela aprova as medidas oficiais tomadas em Alagoas, ao passo que defende o cumprimento rigoroso das orientações emitidas por comunidades científicas nacionais e internacionais. “Diante dos recursos limitados, o Executivo estadual atuou de forma correta junto à comissão técnico-científica, com a construção de hospitais e campanhas de conscientização a respeito da higiene das mãos, da importância do isolamento social e da reiteração de que não se tratava apenas de uma ‘gripezinha’”, detalhou.
Assim como a tão esperada vacina, o tempo se encarregará de trazer o devido reconhecimento a todos que contribuíram de modo efetivo, como argumenta Marcos Davi Melo. “A história fará a devida justiça aos atores públicos e suas atuações nessa pandemia”, acredita. “E o pequeno estado de Alagoas certamente terá o destaque que fez por merecer nessa fase dramática de toda a humanidade”, finaliza o médico.
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