Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (22), a delegada Rosimeire Vieira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), falou sobre a conclusão do inquérito que apurou a morte do torcedor do CSA Pedro Lúcio dos Santos, o Peu, de 47 anos, que foi espancado no início de maio, por membros da torcida rival e acabou morrendo no Hospital Geral do Estado (HGE).
Doze pessoas serão responsabilizadas pelo crime, dentre elas, dois adolescentes. De acordo com as investigações, todo o ataque foi previamente planejado e a vítima foi escolhida de forma aleatória pelo grupo.
Conforme informações repassadas pela delegada, o grupo estava dividido em dois carros e algumas motocicletas. Eles locaram veículos, se reuniram e criaram grupos de Whatsapp para discutir a ação, realizada no dia da partida entre CSA e Confiança, no Estádio Rei Pelé.
Antes do espancamento do torcedor nas imediações do local onde a partida ocorreu, os integrantes da torcida organizada percorreram a parte alta da capital e chegaram a agredir uma pessoa e a rasgar a camisa de outro torcedor.
"Tudo foi previamente organizado. Eles começaram a transitar pelas vias, na parte alta de Maceió, e chegaram a espancar uma pessoa. Seguiram rodando pela cidade e, em determinado local, encontraram outro torcedor e rasgaram a camisa que ele trajava. Depois, eles seguiram para a sede da torcida e ficaram aguardando o final do jogo. Ao término da partida, foram para a localidade só para procurar uma pessoa e agredi-la. Foi quando encontraram o Pedro Lúcio, que tentou fugir, mas foi perseguido e gravemente agredido. O laudo que recebemos, inclusive, descreve infinitas lesões. Ele, inclusive, perdeu as falanges dos dedos. O Peu foi uma vítima aleatória e morreu porque estava nas imediações, trajando a camisa do time", afirmou Rosimeire Vieira.
Em depoimento, os acusados pelo crime contaram que a ação foi planejada como forma de retaliação por uma agressão sofrida, anteriormente, por um torcedor do CRB. Com a conclusão do inquérito, seis pessoas, que já estão com o mandado de prisão expedido, são consideradas foragidas. Outras quatro já estão presas e dois são adolescentes. O grupo dos que são maiores de idade foram indiciados por homicídio qualificado e corrupção de menores.
Para o delegado Lucimério Campos, a atuação das torcidas organizadas têm sido tema de investigações no estado. Isso porque, segundo ele, elas se configuram como uma organização criminosa, que somente mancham a imagem dos clubes e colocam medo nos torcedores.
"Essas torcidas organizadas estão sendo palco de envolvimento em diversos tipos de crimes, que são praticados, inclusive, pelos dirigentes dessas entidades. A sociedade não aguenta mais, pois essas torcidas só existem hoje para praticar crimes. Não vamos mais tolerar esse tipo de situação. O estado precisa banir essas torcidas organizadas", pontuou.
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