A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada na última sexta-feira (11), apresentou um panorama das outras formas de trabalho em 2022. A pesquisa investigou o perfil do trabalho ampliado, para além do trabalho de ocupação. O questionário foi destinado às pessoas de 14 anos ou mais. Em Alagoas, a pesquisa apontou que, dentro do próprio domicílio, as mulheres são as que mais realizam afazeres domésticos. Os dados também mostram que o crescimento do acesso à educação formal costuma reduzir a disparidade entre os gêneros.
Em AL, 88,9% das pessoas do sexo feminino desempenhou tarefas dentro de casa. Entre os homens, o percentual é de 70,7%. Quanto maior a escolaridade, maior a taxa de realização de afazeres domésticos. O crescimento do acesso à educação formal costuma reduzir a disparidade entre os gêneros. Em AL, homens sem instrução ou com fundamental incompleto possuem taxa de 66,3% de realização de atividades, segundo menor índice do país. Contudo, entre as mulheres na mesma situação de baixa ou nenhuma escolaridade, o índice de realização é de 86,7%.
Considerando aqueles que completaram o ensino superior, a diferença entre os gêneros reduz de 20,5 para 7,5 pontos percentuais: 91,2% de realização entre as mulheres e 83,7% para os homens. O afazer doméstico mais realizado por mulheres em AL é “preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar a louça” (95,8%); a única tarefa é que homens apresentam maior percentual é “fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos” (57,9% contra 27,1%).
Idade, cor e condição no domicílio
A faixa etária também tem influência no desempenho das tarefas. Alagoanas entre 25 e 49 anos (94,9%) representam o grupo que mais realiza afazeres domésticos. Do outro lado, a menor porcentagem está entre os homens de 14 a 24 anos; nesta faixa, a taxa cai para 57,6%.
Outra questão investigada pela pesquisa é a relação entre a realização de afazeres domésticos e a condição da pessoa no domicílio. Neste recorte, cônjuges e companheiras (95,4%) são as que mais realizam serviços em casa. Do lado oposto, filhos e enteados são os que menos contribuem (55,7%). Contudo, a disparidade de gênero fica evidente neste setor: quando se trata de filhas e enteadas, a taxa de realização de afazeres domésticos sobe para 78,7%.
As mulheres responsáveis pelo domicílio possuem taxa de realização de afazeres domésticos (93,4%) ligeiramente menor do que as em condição de cônjuge e companheira, mas ainda fazem mais tarefas em casa do que os homens (80,1%). Mulheres e homens pretos são os que mais desempenham afazeres domésticos. A taxa de realização no próprio domicílio é de 92,4% para pessoas do gênero feminino e 74% para as do gênero masculino.
Em AL, mulheres ocupadas seguem com maior nível de afazeres domésticos
Mesmo quando possuem alguma ocupação profissional, as mulheres seguem realizando mais afazeres domésticos. Destas, 91,8% fazem atividades domiciliares, contra 77,9% dos homens ocupados.
Contudo, houve redução no nível de afazeres domésticos das mulheres em relação à 2019 (92,8%) e aumento de 3,1 pontos percentuais na participação dos homens, que era de 74,8%.
Entre os não-ocupados, a taxa de realização de afazeres domésticos possui grande disparidade. As mulheres não-ocupadas (87,3%) seguem num nível de realização semelhante ao das ocupadas (91,8%). Contudo, o envolvimento dos homens não-ocupados é o menor do país (61,5%), mais de 25 pontos percentuais abaixo das mulheres na mesma situação.
Os afazeres domésticos incluem oito grupos de atividades, que estão relacionadas ao preparo de alimentos, limpeza do domicílio, realização de reparos, organização e gerenciamento, compras e pesquisa de preços, além do cuidado com animais de estimação.
Maior média de horas nos afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas está em AL
Alagoanos de ambos os gêneros são os que mais dedicam o tempo à realização de tarefas relacionadas ao ambiente doméstico ou cuidado de pessoas, em todo o país. Durante a semana, a média de horas gastas nessas atividades foi de 25,4 para as mulheres e 13,0 para os homens. Ambos os valores estão acima da média nacional, que é de 21,3 e 11,7, respectivamente.
Cuidado de pessoas
As mulheres alagoanas estão mais envolvidas em tarefas de cuidados de moradores no próprio domicílio e no de parentes não-moradores, com taxa de realização de 38,5%; para os homens, o percentual geral é de 24,1%. As taxas são ligeiramente maiores que em 2019, que registrou 37% e 23,9% para mulheres e homens.
Mais da metade (50,9%) das mulheres de 25 a 49 anos que responderam a pesquisa cuidam de pessoas dentro da própria casa e, além disso, fazem atividades para outros parentes. O número é superior ao das que estão envolvidas nos cuidados apenas dentro do próprio domicílio (46,5%).
O maior percentual de realização de tarefas de cuidados entre os homens (33,3%) também fica na faixa dos 25 a 49 anos e é alcançado na realização de atividades dentro do próprio domicílio e no de parentes não-moradores.
O cuidado de pessoas abrange, em geral, a atenção às crianças, idosos, enfermos ou pessoas com deficiência. As atividades investigadas pela pesquisa incluem o auxílio nos cuidados pessoais (alimentar, dar remédios, vestir, etc); auxílio em atividades educacionais; ler, jogar ou brincar; monitorar ou fazer companhia; transportar ou acompanhar (escola, médico, exames, parque, praça, atividades culturais, religiosas ou esportivas).
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