Alteração da fala e do movimento dos membros, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência. Esses são alguns sinais e sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença que foi diagnosticada no Hospital Geral do Estado (HGE) em 2.370 pacientes no ano passado e que é considerada pelo Ministério da Saúde (MS) como a segunda causa de óbito no Brasil.
Com a pandemia da Covid-19, é provável que mais pessoas sofram com a doença. Antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) previa que uma a cada seis pessoas desenvolveriam a doença e o MS chegou a afirmar que, a cada cinco minutos, um brasileiro evoluía para óbito em consequência do agravamento desta enfermidade. Hoje, alguns estudos tem demonstrado a possibilidade do AVC se manifestar por meio do novo coronavírus, fator que pode ter piorado à frequência de casos nos hospitais.
“É importante destacar os fatores de risco do AVC, como a hipertensão, obesidade, doenças cardíacas, diabetes, câncer, doenças pulmonares e idade superior a 60 anos. Se parar para analisar, esses são os mesmos agravantes da população considerada de risco, caso contaminada com a Covid-19. Assim sendo, manter hábitos saudáveis, cuidar da higiene pessoal, usar máscara e evitar o contato físico com outras pessoas são ações indispensáveis e que precisam ser reforçadas durante a pandemia”, afirmou a neurologista Simone Silveira.
O HGE é o hospital credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e especializado no tratamento do AVC, comumente chamado de derrame cerebral, que pode ser do tipo isquêmico (quando há obstrução por um coágulo) ou hemorrágico (quando há o rompimento da artéria). O isquêmico agudo é o que acontece mais comumente e que possibilita melhor resultado no tratamento, que pode ser por meio da trombólise (procedimento de dissolução do trombo formado na corrente sanguínea), quando os sintomas iniciaram em até às 4h30 antes da chegada na emergência.
“Além das outras áreas que também podem acolher, avaliar e tratar o paciente com risco ou diagnóstico de AVC, o HGE conta com uma unidade exclusiva para o tratamento da doença, com dez leitos, equipamentos modernos e equipe multidisciplinar capacitada para o tratamento, que inclui o processo de reabilitação precoce. E quando o assistido recebe alta médica, nós referenciamos o acompanhamento de médicos especialistas, de fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, dentre outros profissionais”, pontuou a neurologista, que também é coordenadora da Unidade de AVC.
Constatação – A ambulante Marilene Crispim Costa, de 55 anos, conheceu na própria pele o serviço prestado pelo HGE no tratamento do AVC. Ela recorda que no dia 12 de março estava na casa de uma amiga, participando de um momento de oração, quando surgiu repentinamente uma dor de cabeça, náuseas, enjoo, dificuldade para falar e falta de ar. Como os amigos não conseguiram ajudá-la, a decisão foi levá-la à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que posteriormente a transferiu para o HGE.
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