24/10/2022 11:25:56
Alagoas
Pela primeira vez na história, AL apresenta 'seca zero' por dois meses
Fenômeno é reflexo do período chuvoso bem acima da média que permitiu encher os reservatórios
Reprodução
Redação com Gazeta Web

 Alagoas é o único estado do Nordeste onde não há registro de seca nos meses de julho e agosto. Os dados foram divulgados no início do mês, pelo Monitor de Secas. Esta é a primeira vez que isso acontece desde 2014, quando foram iniciados os trabalhos de monitoramento. Entre julho e agosto, além de Alagoas, outro estado que apresentou ‘zero seca’ foi Santa Catarina.

Em termos de severidade, cinco estados tiveram um abrandamento do fenômeno segundo o Monitor de Secas: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Já em outras oito unidades da Federação o fenômeno se manteve estável: Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe.

Por outro lado, em seis estados a seca se intensificou no período: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí e Tocantins. Como Rondônia entrou no Mapa do Monitor a partir de agosto, ainda não é possível fazer esse tipo de comparação.

Segundo Vinícius Pinho, meteorologista na Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), isso é reflexo do período chuvoso bem acima da média histórica que foi possível encher os reservatórios do estado.

“Para se ter uma ideia, dos sete principais reservatórios monitorados pela Sala de Alerta da Secretaria, seis deles estão com 100% de sua capacidade, com seus níveis acima da cota de sangria. Esse ano foi bem atípico, pois foi um ano de La Niña bem ativa, mas principalmente pela condição do Atlântico que estava com as águas bem aquecidas próximo a costa do Nordeste”, colocou o meteorologista. Sobre os próximos meses, Pinho explica que não o estado está entrando no período seco.

“Mesmo que tenhamos ainda previsão de chuvas acima da normalidade, é previsão de pouca chuva, e mesmo que tenhamos água tanto no solo quanto nos reservatórios, não será suficiente para suprir a necessidade até o início da próxima quadra chuvosa. Alagoas não possui grandes reservatórios capaz de armazenar água suficiente para tanto tempo, principalmente no semiárido. Nessa época a evaporação é muito intensa e rapidamente os barreiros e pequenos reservatórios baixam seus níveis”, acrescentou.

Considerando as quatro regiões integralmente acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Nordeste e o Sudeste registraram a intensificação da seca, enquanto no Centro-Oeste e no Sul houve um abrandamento do fenômeno. Na comparação entre os dois meses, quatro estados registraram o recuo da área com seca: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Em oito unidades da Federação a porção com a presença do fenômeno ficou estável entre julho e agosto: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

Nos casos de Alagoas e Santa Catarina, seus territórios permaneceram livres do fenômeno nos dois últimos meses monitorados. Por outro lado, a seca avançou em sete estados: Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.

Cinco unidades da Federação registraram seca em 100% do território no último mês: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e São Paulo; sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguido por Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. No total, a área com o fenômeno foi de 3,87 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a 45% do território brasileiro.

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