As comunidades quilombolas têm um papel fundamental na construção histórica e cultural de Arapiraca. Pensando nisso, a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, entregou em mãos o selo “Aqui se faz Cultura” às comunidades do Pau D’arco e Carrasco, um reconhecimento da gestão municipal a elas que até hoje seguem mantendo as tradições e fomentando as manifestações culturais através das gerações.
As entregas do selo in loco representam a continuidade de homenagens que começaram no dia 14 de novembro, em evento realizado na Tenda Cultural Afrísio Acácio, na Praça Luiz Pereira Lima. Na ocasião, 13 grupos, entidades e personalidades incentivadoras da cultura no município participaram do evento.
Participaram da entrega os técnicos da secretaria, Rejane Barros, Paulo Nunes, Lucas Lopes e os superintendentes de cultura, José Wilson, e de juventude, Damião Oliveira.
Berços da Tradição
A comunidade do Pau D’arco, por exemplo, tem pouco mais de 2.500 habitantes e recebeu em 2006 a certidão de autoreconhecimento quilombola pela Fundação Cultural Palmares, devido ao pertencimento étnico declarado pelos moradores. O Pau D’arco ainda conta com a Associação de Desenvolvimento da comunidade Remanescentes de Quilombo da Vila Pau Darco, foi criada em Março de 2007, com objetivo de desenvolver ações de enfrentaremos aos desafios transformadores na vida cotidiana do povo negro da localidade.
O selo para a nossa comunidade que hoje é reconhecida como quilombola,é um instrumento de reconhecimento e valorização do patrimônio histórico cultural local. Os Saberes e Fazeres da ancestralidade nos foram deixados para que possamos dar continuidade, porque o que fazemos hoje tem base na herança, no legado deixado por eles”, disse uma das fundados da Associação, a técnica pedagógica Lauriete Basílio.
Lauriete também destacou que o selo “Aqui se faz Cultura” tem um significado muito importante para a população de Pau D’arco, para que a comunidade se afirme enquanto referência de instituição e comunidade que produz cultura. “Ao mesmo tempo nos encoraja a continuar realizando ações que os nossos grios [idosos] fizeram, desconstruindo o preconceito e as práticas racistas sofridas pelos moradores desta comunidade. Agradecemos imensamente a secretaria de Cultura na pessoa do secretário Wellington Magalhães e sua equipe pelo reconhecimento”, parabenizou a moradora.
Já a comunidade Carrasco é remanescente do quilombo Carrasco e foi reconhecida pelo governo federal, de acordo com o decreto 4.887 de 20 de novembro de 2003, pela Fundação Cultural Palmares/ Ministério da Cultura. A força feminina é destaque na comunidade, que atualmente tem sua ancestralidade e antepassados vivos com as ações da Associação de desenvolvimento da comunidade remanescente de Quilombo Carrasco, fundada em 20 de agosto de 2007.
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