O empresário Edson Lopes, investigado pelo atropelamento contra um casal de policiais militares, que vitimou fatalmente a soldado Cibelly Barboza Soares, se entregou às autoridades policiais nesta terça-feira (24) em Arapiraca. A informação foi confirmada pelo delegado Edberg Oliveira, titular da Delegacia Regional da cidade, que investiga o acidente ocorrido no dia 14 deste mês em um trecho da AL-220, no Agreste de Alagoas. O noivo da militar, Gheymison do Nascimento Porto, ficou gravemente ferido.
Em nota à imprensa, a assessoria de Edson Lopes informou que defesa do empresário e polícia negociavam detalhes da apresentação que, entre outras questões, tratavam de sua segurança. Além disso, a nota negou que Lopes estava foragido e que se encontrava à disposição da Justiça desde a última quinta-feira (19).
Edson Lopes chegou à Central de Polícia acompanhado do advogado e da família.
Prisão decretada há uma semana
A prisão temporária havia sido decretada na última quinta-feira (19), pela 5ª Vara Criminal de Arapiraca. No acidente, ocorrido em um trecho da AL-220, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, o noivo da militar, Gheymison do Nascimento Porto, ficou gravemente ferido.
De acordo com a decisão, assinada pelo juiz Alberto de Almeida, a prisão temporária será de cinco dias e é regulada pela Lei 7.960/89, sendo essa prisão de natureza cautelar que deverá ser deferida “a fim de propiciar a colheita de provas, quando a manutenção do investigado, em liberdade, possa prejudicar, de forma irremediável, o andamento das investigações policiais”, diz.
O magistrado destacou ainda que a manutenção da liberdade do empresário poderá comprometer a conclusão do inquérito policial. “Uma vez que o representado é empresário, e possui influência na região, fato este que poderá impedir ou dificultar os depoimentos das testemunhas a serem ouvidas perante a Autoridade Policial”, diz um trecho da decisão.
Empresário chegou a se apresentar à Polícia
Na última terça-feira (17), ele se apresentou à polícia, foi ouvido e relatou que não ingeriu bebida alcoólica. Ele esteve na delegacia da cidade acompanhado de seu advogado e após prestar depoimento, foi liberado.
Em nota encaminhada à imprensa, o empresário disse que prestou socorro à vítima antes de deixar o local do acidente, após testemunhas informarem que ele estava alcoolizado e teria fugido. Ele também lamentou o ocorrido.
Ele disse que acionou sua filha, enfermeira, que chegou no local para ajudar e permaneceu auxiliando as equipes de atendimento que já estavam na cena do acidente. Em seguida, dirigiu-se até o Hospital de Emergência do Agreste (HE) para onde as vítimas foram levadas, sempre com a preocupação de colaborar no atendimento.
Ainda de acordo com o empresário, ele não permaneceu no local do acidente "porque ficou em choque e temeu possíveis represálias".
O acidente que matou Cibelly
Cibelly Barbosa, de 31 anos, percorria a AL-220, de bicicleta, junto com o noivo, que também foi atingido e socorrido ao Hospital de Emergência do Agreste (HEA).
Imagens de uma câmera de segurança instalada às margens da rodovia mostram o casal praticando ciclismo, quando a caminhonete, de cor preta, aproxima-se e atinge, em cheio, a militar. Na sequência, o marido dela, Gheymison Nascimento Porto, que também é PM, foi atingido. Ele encontra-se internado.
Cibelly entrou para a Polícia Militar, em 2020 e, atualmente, trabalhava como professora no Colégio da Polícia Militar, unidade de Arapiraca.
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