A última vez que os fãs de Fórmula 1 viram um brasileiro regularmente na pista foi em 2017, quando Felipe Massa se aposentou pilotando pela Williams. Depois desse ano, os profissionais do Brasil não conseguiram um bom rendimento, e um dos motivos é a maior dificuldade em avançar nas divisões inferiores. As mudanças que aconteceram para o acesso à F1 deixaram tudo mais restrito, e hoje seria impossível ver um brasileiro repetir o mesmo caminho que levou Ayrton Senna até a categoria principal do automobilismo.
Atualmente, como mostra a reportagem da Betway, site de apostas online, os pilotos mais jovens precisam garantir pontos nas divisões inferiores em busca da Superlicença. Ou seja, nas disputas da F2, F3 e F4, por exemplo, é preciso correr, fazer pontos e vencer corridas para conseguir a carteira obrigatória para todos os pilotos da categoria principal. Isso significa que o apoio necessário para subir na carreira aumentou nos últimos anos, o que é um ruim para os brasileiros.
O artigo dá como exemplo o piloto Felipe Nasr, que correu na F1 pela Sauber em 2015 e 2016. Apesar de ter conseguido bons resultados, fazendo 27 pontos na temporada de estreia, o corte do patrocínio do Banco do Brasil selou o destino dele para fora da equipe. Isso está acontecendo com outros brasileiros, mas nas categorias menores, o que impede qualquer piloto de chegar até a F1. A perspectiva é que nos próximos anos seja difícil imaginar que alguém finalmente ocupe o lugar deixado por Felipe Massa e também por Rubens Barrichello.
Segundo reportagem do site Globoesporte, até mesmo Pietro Fittipaldi, atual piloto reserva da pequena Haas, não tem grandes esperanças em virar titular na categoria. O motivo é a falta de patrocínios maiores, algo que garante nomes como Lance Stroll e Nikita Mazepin no grid na temporada 2022. O futuro não parece ser promissor para os fãs brasileiros que gostariam de acompanhar um novo ídolo na Fórmula 1.
As novas regras da F1 foram adaptadas nos últimos anos, e ficaram bastante rígidas com o tempo. Essas mudanças são tão notáveis que poderiam impedir pilotos de outros anos, inclusive Ayrton Senna. Por ter chegado até a F1 sem muitas corridas na F3, o brasileiro tricampeão mundial não teria pontos suficientes para correr na categoria. Ou seja, as novas regras teriam tirado o piloto que ganhou 41 corridas, e fez mais de 160 largadas entre 1984 e 1994.
Esses dados foram mostrados no blog da Betway Insider, que também listou Kimi Raikkonen, Jenson Button e Michael Schumacher como pilotos campeões mundiais que seriam impedidos de estrear na F1 como fizeram no passado. Isso não significa que a categoria ficou pior, mas apenas que está mais rígida, o que valoriza os profissionais que disputam espaço nas divisões inferiores, como a F2 e a F3.
O principal motivo de todos esses pilotos, assim como foi com Senna, seria a falta de pontuação para emitir a Superlicença FIA. Isso pode ser explicado pelas mudanças que aconteceram na categoria, e o crescimento das disputas nas divisões menores. A ideia de formar pilotos mais preparados, com mais corridas na F2, por exemplo, é garantir uma maior segurança. É inegável que a categoria ficou mais segura nos últimos anos, e essas mudanças nas regras foram fundamentais para conseguir isso.
Tudo isso indica que os pilotos brasileiros vão enfrentar mais dificuldades para chegar até a F1. A atual situação econômica do país faz com que as empresas nacionais tenham maiores dificuldades para patrocinar os pilotos. Ou seja, um profissional do Canadá, por exemplo, é mais interessante para as equipes, principalmente as menores, do que os brasileiros ou de países em crise. O futuro não é nada positivo.
Entretanto, isso não quer dizer que ninguém vai surgir nos próximos anos. Felipe Drugovich é uma esperança, pois o piloto tem muita moral nos bastidores da F1. Os bons resultados nas pistas já chamaram a atenção de algumas equipes, inclusive a Ferrari. Porém, a falta de um patrocínio forte também é um problema para ele. Isso pode mudar caso ele consiga bons resultados na F2 e mostre ser alguém que vale a pena investir.
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