Quem já acompanhou eventos esportivos no Japão provavelmente se lembra de um modo muito característico do torcedor local, que não estará presente em Tóquio 2020: as sucessivas batidinhas de palma para apoiar os atletas. Ao invés disso, os Jogos Olímpicos vão recorrer a DJs para imitar o som das arquibancadas.
O ritmo mais tradicional, por assim dizer, é uma sequência de três batidas de quatro palmas rapidamente. Se você estiver fazendo sozinho, não terá o mesmo efeito, mas imagine em um ginásio com 50% da capacidade ou até 10 mil pessoas, como era pretendido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) até receber o veto do governo japonês, em 8 deste mês.
Sem a possibilidade da presença do público, por mais que o presidente do COI, Thomas Bach, tente uma última cartada, o jeito será apelar para músicas animadas em um momento de pausa da competição e sons gravados da torcida. Tudo operado por um DJ no ginásio. O dirigente olímpico classificou a medida como “tentativa de trazer a vibração da torcida para o estádio”.
“Nós queremos mitigar as consequências da decisão das autoridades japonesas de não ter espectadores na maioria dos locais de competição”, atacou Bach, contando que ainda poderá haver público fora de Tóquio, algo que o governo não confirma.
Anteriormente, com o anúncio da limitação do público, alguns pedidos incomuns, pelo menos nos padrões ocidentais, estavam em uma cartilha de restrições aos japoneses. Não gritar era o que mais chamava a atenção e até reforçaria o ritmo das palmas das arquibancadas. Isso era previsto para os torcedores locais, já que os estrangeiros estavam banidos há mais tempo.
Em competições fora de Tóquio, na preparação das equipes para os Jogos Olímpicos, é possível ver o respeito ao distanciamento social nas arquibancadas. Os canais de televisão que transmitem esses eventos também focam no uso de máscaras por parte do público, o que já era um hábito muito antes da pandemia, e instalações com álcool em gel.
Nessa mesma entrevista a jornalistas internacionais, o chefe do COI também indicou que algumas surpresas para criar um ambiente de estádio ainda podem aparecer. Ainda assim, nada das palmas presenciais vindas das arquibancadas.
Fonte: R7
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