O advogado que foi preso após entregar drogas, celulares e carregadores para três reeducandos, nesta segunda-feira (30), na Penitenciária de Segurança Máxima, em Maceió, teria usado o papel do documento de procuração para disfarçar e envolver os itens. A informação foi confirmada pela reportagem da TV Pajuçara.
De acordo com o relato de um policial penal, que não quis se identificar, o advogado teria levado uma procuração para recolher a assinatura dos reeducandos e teria envolvido o material ilícito e os aparelhos celulares em meio à documentação. Ainda segundo o policial, um dos reeducandos teria enrolado os itens em um papel, que foram descartados no chão após ele notar a presença dos agentes penais.
"Estávamos fazendo a guarda dos módulos na hora que ele atendeu o cliente dele no parlatório. E ele precisava assinar uma procuração, então, neste caso, teria que sair de onde estava e ir até próximo ao preso para ele assinar, porque no parlatório não tem como, ele não tem essa passagem. Só que quando ele estava junto ao preso, cliente dele, estávamos observando de cima, o PSM2 é uma cadeia de nível superior, estávamos na parte de cima. Foi quando vimos que ele passou algo embaixo dos papéis que ele estava carregando. Na hora, começamos a chamar o preso, que foi se afastando, mas ali não tinha espaço para ele ir. Até que conseguimos fazer com que ele voltasse. Quando fomos até a entrada do parlatório, vimos que ele tinha jogado ali um papel, um pacote, onde estavam os carregadores, a suposta droga e os celulares. Foi quando demos voz de prisão ao advogado".
"Por incrível que pareça, a última vez que ele esteve lá foi em um final de semana, comumente não temos visitas de advogados porque os clientes estão recebendo visitas de famílias. Geralmente eles não vão. E ele apareceu. Quando houve a dificuldade dele atender ao cliente, ele se exaltou, por sinal, ficou falando que tinha conhecidos políticos, do alto escalão, que iria denunciar a equipe, dizendo que estávamos maltratando ele. Nós estávamos fazendo nada mais que o nosso serviço. Ele tem esse costume de chegar lá, para conseguir as coisas, se exaltar. Desta vez, prestamos atenção e vimos que ele estava com o ilícito na hora que ele passou. Ele não tentou passar, ele passou. Nós pegamos o ilícito com o reeducando", contou o policial.
OAB-AL acompanha o caso - A comissão de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas esteve na Central de Flagrantes, para onde o advogado foi levado, e está acompanhando o caso.
De acordo com Elisalvo Rodrigues, membro da Comissão de Prerrogativa da OAB-AL, o órgão está acompanhado a prisão para que os direitos constitucionais do advogado fossem todos respeitados.
"A OAB-AL se deslocou até o Sistema Prisional para garantir que os direitos constitucionais e as prerrogativas do advogado fossem todos respeitados. Estamos na Central de Flagrantes, vamos acompanhar o auto de prisão de flagrante e vamos garantir que seja realizada toda lisura no ato e o direito do advogado seja respeitado. A partir de agora será feito o auto de prisão em flagrante, ele será ouvido pelo delegado. Vamos garantir que ele faça as ligações necessárias, que a garantia constitucional dele na Central seja respeitada. E provavelmente ele será encaminhado para uma audiência de custódia que será realizada amanhã", disse Elisalvo Rodrigues.
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