A polícia procura outros quatro suspeitos de envolvimento na morte de Sinézio Ferreira da Silva Júnior, que foi assassinado e teve o corpo encontrado às margens da Lagoa Mundaú, no bairro Pontal da Barra. A investigação aponta que os criminosos acreditavam que o estudante passava informações para a polícia. Três suspeitos foram presos nesta sexta-feira (17), sendo um deles a pessoa que se dizia amigo da vítima e teria atraído o jovem até o local de onde ele foi levado por traficantes e, em seguida, morto.
O coordenador da Divisão Especial de Investigação e Captura, delegado Igor Diego, contou detalhes das investigações. Ele relatou que Sinézio, além de ser estudante de Direito e estagiário da Secretaria de Segurança Pública (SSP), também atuava no tráfico de drogas na região de Ipioca e Riacho Doce, no Litoral Norte de Maceió. A postura dele, no entanto, não estaria agradando os traficantes de grupos rivais, que já teriam feito ameaças, fazendo com que Sinézio, inclusive, mudasse de casa para não ser alvo desses bandidos.
A suspeita dos traficantes era a de que Sinézio, como estagiário da SSP, estaria passando informações do tráfico para a polícia. No dia em que desapareceu, ele saiu de casa para trocar fazer a troca de um chip de celular com um amigo, no bairro do Benedito Bentes. Esse amigo, que também tem envolvimento com o tráfico e foi preso nesta sexta, tinha o objetivo de observar, por meio do chip de Sinézio, se ele mantinha contato com a polícia.
Conforme a polícia, a vítima chegou a encontrar o amigo e fazer a troca do chip, mas não deixou o local sozinho, tendo em vista que dois carros, com diversas pessoas vestidas de policiais, chegaram ao local e levaram Sinézio que, na verdade, havia sido atraído para uma cilada. Na ocasião, os falsos policiais informaram ele estava sendo preso por envolvimento com o tráfico. As investigações apontaram ainda que as fardas de policiais usadas pelos criminosos tinham sido adquiridas com a ajuda do próprio Sinézio, a pedido do amigo.
Segundo Igor Diego, sete pessoas foram identificadas pela polícia como tendo envolvimento no crime. Duas delas teriam sido as responsáveis por jogar a moto de Sinézio no rio. As demais, seguiram com ele até o local onde foi assassinado. "Das sete pessoas identificadas, duas são mandantes do crime, sendo que uma delas emprestou o veículo para que os comparsas fossem até o local onde a vítima estava. Essa pessoa usa tornozeleira eletrônica e não poderia comparecer ao local.
O estudante de Direito, que ficou desaparecido por 15 dias, foi morto com um tiro na nuca e estava com as mãos amarradas, indicando que foi vítima de execução, como apontou o exame cadavérico. O corpo - que foi localizado por um pescador - apresentava afundamento na região do crânio e estava vestido com camisa, calça e tênis, além de um agasalho preto. Ele se encontrava em avançado estado de decomposição.
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