02/05/2023 11:31:36
Polícia
Erro durante troca de exames motivou amputação em idosa, diz delegado
Segundo Robervaldo Davino, mulher que teria membro amputado com autorização da família respondia pelo mesmo nome da paciente
Reprodução
Redação com Gazeta Web

 Em coletiva realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL), na manhã desta terça-feira (02), o delegado que investiga o caso da idosa de 73 anos que teve a perna amputada no Hospital Geral do Estado (HGE|), Robervaldo Davino, apontou que houve erro grave na unidade com uma troca de exames envolvendo pacientes com o mesmo nome: "Maria José".

Segundo relatos dos parentes, a outra paciente que realmente iria se submeter ao procedimento de amputação já estava com autorização da família para o ato médico. A família da idosa, por sua vez, não havia sido informada da amputação e quem assinou o termo médico foram os parentes da outra paciente.

"Na verdade, foram dois erros médicos, porque, assim que minha mãe sofreu o acidente e foi encaminhada para a UPA, o laudo dizia que a lesão era no tornozelo esquerdo. Ao entrar no HGE, a lesão apontava o tornozelo direito. Por essa razão, a cirurgia de correção do tornozelo, que deveria ter acontecido no dia 20, ficou para o dia 21. Nesse meio tempo aconteceu a troca de nomes e foi quando ocorreu a cirurgia em que amputaram a perna dela", relatou o filho da vítima, Elinaldo Araújo.

Também presente na coletiva, o delegado Robervaldo Davino informou que já ouviu o diretor médico, um integrante da equipe responsável pelo procedimento na idosa, os familiares e o motorista do carro que prestou ajuda no momento do acidente. Conforme ressaltou o delegado, a principal dúvida é saber quem foi o responsável pelo erro.

"A paciente que sofreu os danos estava com o pé esquerdo lesionado devido a um acidente de trânsito. Como na UPA não dispunha de condições para o tratamento, ela foi transferida para o HGE para fazer apenas uma minicirurgia. Já no hospital, houve a troca dos nomes. Ambas eram 'Maria José'. Então, no momento em que foi feita a cirurgia, houve o erro da pessoa. Conclusão do fato: as duas sofreram amputação. Vou continuar com os depoimentos, ouvindo uma técnica de enfermagem da equipe afastada", disse o delegado.

Na oportunidade, Robervaldo Davino sinalizou que a equipe pode responder por erro médico e lesão corporal gravíssima.

Participaram da coletiva Elinaldo de Araújo (filho da vítima), Vanessa Vanderley (advogada da família), Priscilla Lessa (presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB), Gilberto Irineu (presidente da Comissão Especial do Idoso), delegado Robervaldo Davino (titular do 6º Distrito) e Tutmes Toledo (vice-presidente da Comissão do Idoso).

AFASTAMENTO

A direção do Hospital Geral do Estado afastou cinco profissionais da equipe médica - dentre eles dois médicos e o anestesista - que realizaram uma cirurgia, no último dia 21, e amputou uma das pernas de Maria José, uma idosa de 73 anos. O procedimento que deveria ser realizado era para uma correção devido a uma fratura no tornozelo da paciente.

O direto médico do HGE, Rodrigo Melo, disse que esteve reunido com a família da paciente e que os próprios médicos que comandaram o procedimento cirúrgico na unidade hospitalar informaram sobre a amputação do membro sem que houvesse necessidade. A idosa estava internada no HGE, desde o dia 19 de abril.

O hospital abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias que levaram ao erro no procedimento. Os nomes dos médicos envolvidos não foram divulgados.

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