O fuzil 556 apreendido pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), em um carro de frete, em Maceió, nesta terça-feira (9), tem poder de fogo suficiente para ultrapassar blindagem e coletes balísticos de uso civil. O armamento é de uso restrito no Brasil e, geralmente, pertence às forças policiais.
De acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Tiro Tático, Giovanni Roncalli, a presença desta arma nas mãos de criminosos em Maceió é um perigo para a sociedade.
“É extremamente preocupante que esse tipo de armamento tenha surgido nas mãos de criminosos em Alagoas. Isso significa que nenhum civil com colete à prova de balas ou veículo blindado terá garantia de proteção contra esse tipo de disparo, além de que a polícia também encontrará dificuldades com essa marginalidade melhor aparelhada. Por isso, é de suma importância que a forças de segurança mantenham seus acervos sob constante vigilância”, disse ele.
Segundo Roncalli, o fuzil, que é de calibre 556, atinge mais de 1.700 joules de energia na boca do cano e tem diversos tipos de munições, que podem ser utilizadas para finalidades diferentes. A arma pode ser semi-automática ou automática.
“Tínhamos ciência pela mídia que esse tipo de armamento e, inclusive, outros mais pesados são de uso comum por organizações criminosas do Rio de Janeiro. Se essa arma for automática, ou seja, do modelo que dá a popular "rajada", se torna ainda mais perigosa para a sociedade. Por isso, esse tipo de armamento só é fornecido para as forças de segurança do Estado Brasileiro”, complementou o especialista.
As investigações apontaram que o fuzil veio do Rio de Janeiro e foi inicialmente armazenado no bairro Clima Bom, em Maceió, antes de ser transferido para a Levada, região sob influência do tráfico liderado pelo criminoso Nem Catenga. Ele, que possui cinco mandados de prisão em aberto e está foragido no Rio de Janeiro, é quem estaria coordenando o envio do objeto para a capital alagoana.
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