O governo do Estado afastou um piloto aviador do Grupamento Aéreo da Secretaria de Segurança Pública (SSP) suspeito de ter agredido com socos e empurrões uma mulher que entrava no prédio do noivo, onde mora, em Maceió. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.
No registro da ocorrência, divulgado pelo site Metrópoles, consta a informação de que o policial se enfureceu porque a mulher demorou para entrar no bloco, localizado no bairro de Jacarecica. A espera não chegou a durar três minutos.
O boletim informa que a mulher, de 30 anos, chegou à casa do noivo durante a madrugada do dia 2 de dezembro. Ela teria esquecido a senha para abrir o portão eletrônico e chamou o porteiro para ajudar. Logo depois, o policial civil, identificado como Cleyton Serpa dos Santos, 40 anos, chega em um carro também para entrar no condomínio.
Ele se irrita com a demora da mulher para conseguir abrir o portão e, segundo relatos feitos na delegacia de polícia, começa a gritar, xingar e agredir a moça. Conforme mostra no vídeo, ele dá socos na mulher, que cai no chão desnorteada. Quando ela tenta levantar, o homem desfere novos golpes contra a nutricionista.
Durante as agressões, o homem gritava que era policial e que nada aconteceria contra ele. Disse ainda que andava armado e morava ali no mesmo prédio da vítima.
A espera do homem antes de agredir a mulher foi de 2 minutos e 55 segundos. Ele também agride uma pessoa que estava no carro com ele. Segundo testemunhas, seria o próprio filho do policial.
Assustada e muito machucada, a vítima foi à polícia e prestou queixa contra o policial. Ela teve lesões na mandíbula, na boca, nos braços, nas pernas, além do medo que tem vivido após as agressões.
O policial acusado de bater na mulher já foi homenageado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL) pelos serviços prestados como policial civil aviador, integrante do Grupamento Aéreo da Segurança Pública. Também é responsável por ministrar cursos de tripulantes para a Polícia Civil.
O Metrópoles entrou em contato por e-mail com o governo de Alagoas e com a Polícia Civil para tratar do tema. O governo respondeu que o homem faz parte da equipe do Grupamento Aéreo da Secretaria de Segurança Pública e que, de forma preventiva, o governador de Alagoas determinou o afastamento de Clayton das funções para apuração do caso.
Resposta
Em nota encaminhada ao Metrópoles, o policial se refere à situação como “imaginária agressão” e diz ter ciência de sua “mais absoluta inocência”. Ele explica que apenas exerceu “legítima defesa contra quem, injustificadamente, se pôs a me ofender e agredir”.
“Na ocasião, apenas procurava entrar no prédio em que resido com minha família, restando impedido pela ação ilícita de alguém que […] simplesmente resolveu parar seu automóvel no portão de acesso à garagem, impedindo que todos os condôminos lá entrassem ou de lá saíssem. […] Fui impedido de entrar na minha própria casa por alguém que nem sequer conhecia”, disse.
Ele explica que, “embora buscando dela me distanciar, a mesma continuava a vir em minha direção me agredindo fisicamente, como revelam as imagens, me obrigando a usar da força para me defender”. Clayton diz lamentar o ocorrido. E conclui afirmando que adotou as medidas cabíveis perante as autoridades.
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