04/11/2024 20:54:50
Polícia
Mulher acusa namorado médico de aborto não consentido após ser dopada
A vítima relata ter sido agredida e forçada a abortar, e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Goiás.
IlustraçãoUma mulher de 27 anos denunciou seu namorado médico por ter realizado um aborto sem seu consentimento
T82 com Metropoles

Uma mulher, de 27 anos, acusa o namorado médico, de 25 anos, de realizar um aborto sem o consentimento dela, após dopá-la. A situação aconteceu em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal, na última terça-feira (29/10), mas só foi divulgada nessa sexta (1º/11).

À Polícia Civil de Goiás (PCGO), a vítima, que estava grávida de três meses, disse que foi convidada pelo parceiro para uma “lua de mel” no município turístico, no entanto, a viagem se tornou um pesadelo, já que, segundo ela, o homem provocou a morte do feto.

Segundo a vítima, o rapaz teria colocado comprimidos em sua genitália para que a gestação fosse interrompida.

Agredida e dopada

A mulher procurou a Delegacia da Polícia Civil de Pirenópolis e contou ter sido agredida pelo namorado dentro do quarto de um hotel.

Ao Metrópoles, o delegado Tibério Martins afirmou que a equipe policial esteve no local, no entanto, o suspeito já havia saído do local.

De acordo com o investigador, a jovem pediu ajuda a uma irmã, que foi ao encontro dela na cidade. Já em Goiânia, ela foi levada para uma clínica médica com sangramentos.

Durante o atendimento hospitalar, profissionais de saúde encontraram dois comprimidos dentro do canal vaginal da paciente. O feto precisou ser removido.

Depois disso, a mulher procurou a Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deam). Em depoimento, a vítima disse que ficou sonolenta após tomar um suco que foi servido a ela pelo namorado. Ao acordar, ela flagrou o médico colocando os comprimidos em sua vagina.

“Esse foi o motivo da briga entre eles, mas ela não contou isso aqui inicialmente, aqui em Pirenópolis, ela só contou a história completa em Goiânia. O caso agora vai depender de um laudo médico para comprovar se o aborto aconteceu em Pirenópolis ou em Goiânia, a depender da quantidade de remédio que ele introduziu nela, e isso vai determinar por onde ele será conduzido. Também foram coletadas amostras de sangue para saber que tipo de substância foi usada para que ela ficasse inconsciente, bem como a medicação abortiva”, disse Tibério Martins.

Gravidez inesperada

Ainda de acordo com o delegado, a jovem também era estudante de Medicina. Os dois estudavam juntos e ficavam eventualmente.

“Ela engravidou e ele propôs aborto para ela, mas ela não quis.

Ela disse que assumiria a situação e que ele não precisaria ter nenhum compromisso como casal, mas que ela fazia questão do filho, a família dela estava muito feliz e dava apoio a gravidez”, contou o investigador.

“Ele tentou convencê-la de que havia mudado de ideia, de que viveriam o momento juntos e a convidou para ir à Pirenópolis, mas quando chegaram à pousada, aconteceu tudo isso que ele já estava planejando e ele provocou esse aborto”, afirmou Tibério Martins.

O médico não teve a identidade revelada e não foi detido. Ele deve ser investigado por provocar aborto sem consentimento da gestante, cuja pena pode variar de 3 a a 10 anos de reclusão, além de outros crimes que eventualmente estejam no contexto.

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