As duas mulheres trans presas em uma casa de prostituição, em Delmiro Gouveia, Alagoas, nessa sexta-feira (3), por prática de extorsão, associação criminosa e roubo, crimes praticados em Aracaju, Sergipe, também são acusadas de roubar a arma de um delegado daquele Estado, segundo informações do g1 Sergipe.
O delegado estava em um veículo oficial da Secretaria de Segurança Pública do Estado, quando teve a sua arma furtada pelas suspeitas. A ocorrência foi registrada em agosto deste ano.
A arma, no entanto, foi devolvida alguns dias depois por uma das envolvidas, que, segundo a SSP, prestou depoimento, mas não foi detida porque não havia mais flagrante.
As duas trans presas em Alagoas foram identificadas como Sheila Rodrigues da Silva, de 22 anos, e Willyane Santos de Jesus, de 21 anos.
Com as prisões dessa sexta, já são cinco o número de mulheres trans presas na operação Themis, conduzida pela Delegacia de Turismo de Sergipe, e que foi deflagrada em outubro deste ano. Segundo as investigações, as vítimas relataram que as suspeitas se passavam por garotas de programas para extorqui-las, mediante violência, com o objetivo de obter vantagens financeiras. Dessa forma, conforme os boletins de ocorrências, as mulheres tiravam significativos valores das contas dos clientes.
Segundo as investigações da Polícia Civil de Sergipe, ao longo dos supostos programas sexuais, as mulheres trans gravavam vídeos e obrigavam os clientes a digitarem as senhas dos cartões.
As investigações tiveram início em abril deste ano. E as primeiras prisões ocorreram no dia 5 de outubro, quando três mulheres trans tinham sido presas pelos mesmos crimes. Segundo a delegada Luciana Pereira, foi identificado o aumento de boletins de ocorrências dessa natureza em Aracaju, em especial no período de festividade. Além disso, profissionais do sexo, que estavam se sentindo prejudicadas pela redução no número de clientes, pediram ajuda à Polícia Civil.
"Foi uma investigação delicada e que durou um certo tempo por conta do tipo de crime e por conta das pessoas envolvidas, tanto as investigadas, quanto das vítimas”, explicou a delegada Luciana Pereira.
A delegada Giselle Martins, também parte da equipe de investigadores, disse que uma das vítimas narrou que, após o término do programa, outras transexuais começaram a extorqui-la. "Eram quantias significativas retiradas das contas das vítimas”, complementou a autoridade policial.
Modo de atuação das investigadas
Em alguns casos, após programas sexuais, as investigadas alegavam que precisavam de carona. “Nesse momento, geralmente era uma ou duas mulheres, e, posteriormente, chegavam mais três ou quatro mulheres trans. Elas constrangiam as vítimas e as ameaçavam, inclusive agindo com violência mediante uso de faca. Assim, conseguiam transferências PIX ou pagamentos em maquinetas”, revelou Luciana Pereira.
O modo de atuação das investigadas também envolvia a gravação em vídeo de programas. “Elas filmavam e as outras começavam a pegar cartões e contas, obrigando que a vítima digitasse a senha, fizesse transferências bancárias ou ainda passassem os cartões em maquinetas que elas tinham em mão”, acrescentou a delegada Giselle Martins, integrante da Delegacia de Turismo (Detur), unidade policial que investigou o caso.
As prisões foram efetuadas pela Polícia Civil de Alagoas, em cumprimentos a mandados expedidos pela Justiça sergipana.
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