O resultado apertado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi visto pela campanha à reeleição como uma demonstração "inequívoca" de que as pesquisas de intenção de voto não estavam captando a realidade eleitoral do país.
Durante toda a campanha, Bolsonaro e ministros fizeram muitas críticas aos levantamentos que mostravam uma vantagem maior de Lula e diziam que era bom que "elas se adequassem" para não ficarem descredenciadas.
Na noite deste domingo (2), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por exemplo, classificou as pesquisas como "escândalo", e escreveu nas redes sociais: "Os eleitores do presidente Bolsonaro só têm uma resposta às empresas de pesquisa: Não responder a nenhuma delas até o fim da eleição!!!".
À coluna, o ministro Fábio Faria afirmou que as pesquisas estavam dando Bolsonaro perdendo por uma margem muito maior, com tendência de a eleição acabar no primeiro turno e com isso "criou-se um clima de voto útil para o Lula ganhar no primeiro turno".
"Uma perspectiva se fosse positiva para Bolsonaro era ele chegando ao segundo turno, perdendo de 10, 9, 8 pontos. Ele chegando com menos de 5% é tendência total de vitória do presidente Bolsonaro e todos sabem disso", afirmou.
Segundo o ministro, que retorna amanhã a Brasília, o presidente já deve recomeçar a a campanha o quanto antes. "Agora é trabalhar politicamente, continuar o que estamos fazendo para conseguir a vitória daqui a quatro semanas".
Bolsonaro acompanhou a apuração com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos coordenadores da campanha, e com outros auxiliares. No início da apuração, o clima, segundo interlocutores, era "naturalmente de ansiedade e tensão".
Conforme a apuração foi avançando e o presidente conseguia eleger representantes importante do bolsonarismo, como a senadora Damares Alves, pelo Distrito Federal, e Marcos Pontes, para o Senado em São Paulo, o QG do presidente chegou a ficar confiante de que ele poderia terminar a disputa do primeiro turno à frente de Lula.
Outro resultado que foi considerado extremamente positivo para o presidente foi de Tarcísio de Freitas, que terminou a disputa para o governo de São Paulo na frente de Fernando Haddad. Segundo um auxiliar de Bolsonaro, essa força no maior colégio eleitoral do país deu uma injeção de ânimo.
A avaliação é de que a segunda etapa da disputa será bem apertada. E no QG bolsonarista, o sentimento do momento é de que "dá para vencer".
No PL clima de festa e sem contestação das urnas - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não acompanhou a apuração com o presidente e preferiu ficar na sede do partido, em Brasília. Segundo auxiliares de Valdemar, o resultado das urnas foi extremamente favorável para a sigla, que terá forte representação na Câmara e no Senado. Isso diminui a possibilidade de contestação do resultado das urnas.
Fonte: UOL
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