O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a despachar do Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (23/11). É a primeira vez em 20 dias que o atual mandatário do país deixa o Alvorada para trabalhar na sede da Presidência da República.
A última vez que Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto foi em 3 de outubro, quando cumprimentou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O compromisso não foi divulgado oficialmente.
Segundo os registros oficiais da Presidência, 31 de outubro, um dia após ser derrotado nas urnas, foi o último dia em que o atual presidente despachou no local.
A ida ao Planalto dá fim a uma reclusão de quase quatro semanas de Bolsonaro depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para ser 39º presidente da República. Com a vitória do petista, Bolsonaro se tornou o primeiro presidente a tentar a reeleição e fracassar.
A agenda oficial desta quarta prevê apenas um compromisso com o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN). Inicialmente, a agenda ocorreria às 11h30, no Palácio da Alvorada. Os compromissos de Bolsonaro não haviam sido atualizados até a publicação desta reportagem.
Agenda reduzida
Recluso no Palácio da Alvorada, os compromissos oficiais do chefe do Executivo tiveram uma redução de 63%, segundo registros da agenda presidencial.
De 30 de outubro até a última sexta-feira (18/11), Bolsonaro teve apenas 27 compromissos como presidente. No mesmo período do ano anterior, a agenda oficial registrou 74 reuniões e eventos.
Se levado em conta o primeiro ano como presidente da República, a redução foi ainda maior. Entre 31 de outubro e 18 de novembro de 2019, Bolsonaro teve 101 compromissos. No ano seguinte, já com a pandemia de coronavírus, foram 66 agendas oficiais.
Nas últimas três semanas, o atual presidente apenas recebeu familiares e aliados próximos, como ministros, parlamentares e assessores, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
O fluxo de apoiadores no local, que costumava ser grande e diário, também foi reduzido nos últimos 20 dias. Desde que perdeu as eleições, Bolsonaro deixou de cumprimentar simpatizantes no “cercadinho” do Alvorada, como era hábito nos últimos anos.
Estado de saúde de Bolsonaro
Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Bolsonaro está com um ferimento na perna que estaria dificultando até mesmo ele vestir calças compridas, o que justifica seu isolamento na residência oficial.
Aliados dizem que Bolsonaro teria ferido a perna durante a campanha, mas não cuidou direito à época. O ferimento, então, teria infeccionado, o que fez com que ele tivesse de tomar antibióticos e sentido febre e indisposição.
O estado de saúde fez com que o presidente escalasse o seu vice, o general Hamilton Mourão (Republicanos), para receber as cartas credenciais de embaixadores estrangeiros na última quarta-feira (16/11). A agenda geralmente conta com a presença do presidente.
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