O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embarcou nesta terça-feira (11) para a China depois de ter adiado a viagem devido a um quadro de pneumonia no fim de março. O chefe do Executivo viajou às 7h. Segundo a programação do Palácio do Planalto, o voo terá duas escalas, em Lisboa e Abu Dhabi, e Lula chega à China na quarta (12).
Essa é a terceira viagem oficial de Lula à China como presidente da República. Durante a passagem pela nação asiática, o chefe do Executivo deve assinar ao menos 20 acordos bilaterais. Um dos tratados que serão firmados com a China vai permitir a construção e o lançamento de um novo satélite para monitoramento ambiental de todo o território brasileiro, inclusive da floresta amazônica. Segundo o governo federal, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas mesmo com nuvens.
Além disso, o Executivo espera assinar um acordo de certificação digital com o governo chinês. O objetivo é tornar o trâmite de produtos entre os dois países mais rápido e confiável e diminuir a burocracia para os exportadores brasileiros.
Segundo o Palácio do Planalto, o acordo que prevê a operação direta entre o real e o yuan, a moeda chinesa, sem necessidade de dolarização, o que pode simplificar o comércio do Brasil com a China. O presidente e a comitiva dele também vão negociar tratados nas áreas de turismo e investimentos.
“O Brasil tem uma belíssima relação com a China. O Brasil faz parte do Brics e a China é o nosso principal parceiro comercial, tem bons e grandes investimentos aqui. Vamos tentar convencer os chineses a fazer mais investimentos aqui. O que queremos é construir parcerias com chineses para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem, como em rodovias, ferrovias e hidrelétricas, em qualquer coisa que signifique algo novo para o Brasil”, disse Lula em entrevista ao programa A Voz do Brasil na segunda (10).
O presidente viajou ao lado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).
A viagem de Lula para a China vai durar até o fim desta semana. A primeira agenda do presidente será em Xangai, na manhã de quinta (13), onde ele vai participar da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Ainda em Xangai, Lula vai encontrar empresários e, à noite, viaja para Pequim. Na sexta (14) pela manhã, ele vai se encontrar com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. À tarde, o presidente brasileiro vai conversar com lideranças sindicais, terá uma reunião com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e será recebido em cerimônia oficial pelo presidente Xi Jinping.
A programação terá um encontro aberto, uma cerimônia para assinatura de acordos bilaterais e depois um encontro bilateral fechado. Depois disso, haverá uma cerimônia de troca de presentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial.
No retorno ao Brasil, o avião presidencial vai pousar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial no próximo sábado (15).
De acordo com o Palácio do Planalto, em 2022 a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, de US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país asiático, em 2004.
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