01/10/2020 11:37:44
Política
Presidente da AMA diz que retorno de aulas não é apenas questão educacional
Estudos da ONU mostram que a pandemia já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países, o que representa cerca de 91% do total de estudantes no planeta
ReproduçãoPresidente da AMA, prefeita Pauline Pereira
Laís Pita com Assessoria

 Ao participar da abertura do XI Fórum Estadual Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação de Alagoas, a presidente da AMA, prefeita Pauline Pereira, ressaltou que em um ano como 2020, onde o planejamento educacional foi colocado à prova, discutir os caminhos da educação pública se faz mais do que necessário.

A Undime trouxe como tema do Fórum a pandemia e os impactos irreversíveis na educação. O objetivo é discutir com a comunidade escolar e representantes de organismos o tripé que sustenta a Educação pública brasileira e alagoana, frente aos impactos da pandemia.

A prefeita lembrou o fato do crescimento do IDEB em todos os municípios que atingiram as metas nacionais e ressaltou o esforço de todos os gestores, secretários e professores. Ao tratar diretamente do tema, mostrou estudos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - braço da ONU para educação, ciência e cultura - onde a pandemia da covid-19 já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países, o que representa cerca de 91% do total de estudantes no planeta.

Lembrou que em Alagoas não é diferente. Os desafios foram e são muitos, tanto para o aluno, como para o professor, a direção e a gestão. A presidente destacou que prefeitas e prefeitos fizeram praticamente o impossível, num curto espaço de tempo, diante de um cenário totalmente nebuloso. O momento agora, para ela, é identificar os prejuízos e correr atrás para minimizá-los e lembrou a questão da redução do financiamento da educação que pode ter sérios impactos em 2021.

Os números da covid-19 em Alagoas mostram uma queda e o Estado está liberando aos poucos atividades com distanciamento social, e por isso o momento é de discussão para o retorno das aulas, acredita a gestora. “A AMA está acompanhando junto da Undime e Confederação Nacional de Municípios (CNM) o retorno das aulas com base nas orientações que estão sendo distribuídas pelo MEC, Governo do Estado e outras entidades ligadas à educação. Cada município é autônomo para tomar suas decisões. É preciso ter responsabilidade. O retorno não é tão simples. São necessários planos de contingências, protocolos de segurança. A retomada das aulas não é meramente educacional, mas também de saúde pública. Não se pode colocar em risco a saúde das pessoas e correr o risco de um surto.”

A CNM emitiu Nota Técnica 56/2020, que traz discussão sobre debates e calendários para o calendário escolar e está sendo usado como base pelos prefeitos. São ações que necessitam de recursos e o investimento para dar conta desses desafios é grande. Serão necessárias adaptações nas escolas, transporte escolar, distribuição da merenda e reorganização sanitária. “Sem recursos vai ser muito difícil, principalmente com a queda do FPM”. Pauline Pereira também defendeu a liberação dos precatórios ainda retidos de alguns municípios para que eles possam cumprir os compromissos e também a liberação imediata do projeto, que precisa sair do papel, do satélite que oferece internet aos alunos.

Também lembrou aos participantes que gestores e comunidade escolar têm participado de inúmeras reuniões virtuais com técnicos da CNM para definir esse retorno e aplaudiu a Undime que realiza o fórum, para essa discussão importante para educação.

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