A campeã olímpica, Walewska Oliveira (43 anos), foi sepultada na manhã deste sábado, no cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte. A cerimônia, que começou por volta das 6h da manhã, foi reservada a familiares e amigos da ex-central, que faleceu na noite de quinta-feira, em São Paulo.
Entre os amigos que foram ao cemitério, na capital mineira, estão as ex-atletas Sheila, Fabi Alvim e Fofão; Suelen, líbero do Praia Clube; Maurício Lima, ex-levantador do Minas e da seleção brasileira, ouro em Barcelona 1992; e Keyla Monadjemi, diretora de vôlei feminino do Minas Tênis Clube. O marido de Walewska, Ricardo Alexandre Mendes, não compareceu ao sepultamento.
O técnico Anderson Oliveira, ex-jogador da seleção brasileira, esteve presente à cerimônia de despedida. Ele comentou sobre a perda da colega e dos desafios da carreira de um atleta profissional.
- Estou meio em choque ainda. Era uma pessoa muito forte, como mulher, como pessoa, como atleta, ela tinha uma fortaleza mental, porque a vida de atleta não é fácil. O dia a dia é desafiador, e quando você se depara com essa tal situação você fica meio em choque. Ela vai fazer muita falta. Tanto como pessoa, como ser humano, como filha, como mulher, como ex-atleta. Uma pessoa do bem.
A Polícia Civil do Estado de São Paulo diz no Boletim de Ocorrência que a campeã olímpica caiu do 17º andar do prédio onde morava com o marido. As investigações das circunstâncias estão ocorrendo.
O documento foi expedido pelo 78º Distrito Policial, no bairro dos Jardins, zona oeste da cidade de São Paulo. Segundo o relato, a ocorrência foi às 18h09 de quinta-feira, com a comunicação às 20h19.
O boletim de ocorrência cita que a gestora do empreendimento relatou que Walewska caiu do 17° andar (área de Lazer), do prédio que morava. Uma unidade de resgate tentou reanimar a vítima, mas foi constatado o óbito no local.
A área de lazer, que fica no 17º andar do condomínio, possui câmeras no corredor e seu acesso se dá apenas pelos moradores por uma porta de vidro que possui biometria facial. O sistema de monitoramento teria gravado Walewska entrando na área de lazer sozinha às 16hs50m.
A carreira
Walewska nasceu em Belo Horizonte e começou a carreira na cidade natal, vestindo a camisa do Minas. Iniciou nas categorias de base, aos 13 anos, e em 1995 ingressou no time principal, no qual permaneceu até 1998. Teve uma segunda passagem em 2014. Defendeu também Osasco e Praia Clube, por onde se aposentou.
A mineira faz parte do seleto grupo de campeões olímpicos brasileiros. Em Pequim-2008, a central fez parte da conquista do primeiro ouro olímpico do vôlei feminino. Em Olimpíadas, ainda foi bronze em Sidney-2000 e ficou com o quarto lugar em Atenas-2004.
O Sul-Americano de vôlei 2022 marcou a despedida oficial das quadras. O último jogo da central foi diante do Regatas Lima, do Peru, pela fase de grupos. Na semifinal contra o Sesi-Bauru e na final contra o rival o Minas, Wal ficou como opção no banco de reservas, mas não foi utilizada durantes as partidas. Após a aposentadoria, o clube de Uberlândia deixou de usar a camisa 1, que a central vestia.
Walewska lançou sua biografia neste ano. Em "Outras redes", ela contou toda sua trajetória até as quadras. Aos 12 anos, saiu de casa e pegou o ônibus para o primeiro teste de vôlei no Minas. Ali, dava seus primeiros passos rumo a uma carreira de conquistas.
História na Seleção
A central fez parte de diversas conquistas e marcou época. Walewska foi convocada para a seleção brasileira pela primeira vez por Bernardinho, em 1997.
Com ele, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, e o bronze na Olimpíada de Sidney, em 2000. Depois, sob o comando de Zé Roberto, seguiu colecionando títulos.
No Praia Clube, Walewska se reafirmou como uma das maiores centrais da história do vôlei brasileiro. Na temporada 2017/2018, foi o pilar da primeira conquista do clube na Superliga. Depois, passou um ano no Osasco, mas retornou à cidade mineira para seus últimos anos como profissional.
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