11/08/2023 11:30:08
Brasil
Caso Hyara: polícia conclui que adolescente foi morta por cunhado de nove anos durante brincadeira
Polícia Civil da Bahia conclui inquérito sobre morte de adolescente. Mãe da criança que disparou arma vai responder por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo.
Reprodução
Redação com G1 BA

 A Polícia Civil (PC) da Bahia finalizou o inquérito policial sobre a morte da adolescente Hyara Flor Santos Alves, que aconteceu em julho deste ano em uma comunidade cigana, na cidade de Guarantinga, no sul da Bahia. O caso foi concluído e encaminhado para a Justiça, na quinta-feira (10). O anúncio foi feito nesta sexta-feira (11) pela PC.

De acordo com a investigação, o tiro que matou a adolescente foi disparado de forma acidental pelo cunhado da adolescente, quando a criança, de nove anos, e Hyara brincavam com a arma no quarto dela.

Essa versão já havia sido apontada pelos familiares do companheiro e do cunhado de Hyara. Mas era rechaçada pela família da garota, que apontava que o crime teria ocorrido por vingança, já que um tio de Hyara teria um relacionamento extraconjugal com a sogra da garota.

"O fato que aconteceu foi JD (iniciais do nome da criança), que é meu filho e cunhado de Hyara, brincando com a arma e teve um disparo acidental”, disse Júnior Silva Alves, sogro de Hyara, em um vídeo divulgado no dia 27 de julho.

A sogra de Hyara Flor foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo, considerando que a pistola utilizada no crime pertencia a ela.

Ainda segundo a Polícia Civil foram analisados laudos periciais, e 16 pessoas foram ouvidas, entre elas, duas crianças que prestaram depoimento especial com a presença de promotor de Justiça da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público da Bahia.

Também foram analisadas imagens de câmera de vigilância do endereço do fato, documentos e mensagens de celular e redes sociais, além de apurações em campo.

O adolescente, ex-companheiro da vítima, apreendido no Espírito Santo, foi ouvido por meio de vídeo conferência pela juíza da comarca de Guaratinga. De acordo com a Polícia Civil, a permanência na internação socioeducativa será definida pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.

O advogado Homero Mafra, que responde pela defesa do adolescente apreendido, disse que a inquérito confirma a versão que era apontada pela família do jovem desde o começo das investigações. Ainda segundo ele, a defesa espera que o adolescente de 14 anos seja liberado o mais breve possível.

"A conclusão que a polícia chegou, segundo as notícias, é aquela que a família sempre sustentou: que se tratava, se tratou de um disparo acidental feito pelo filho mais novo. Quanto às demais conclusões, nós vamos ter que examinar o inquérito para que se possa ter uma posição, tanto no que diz respeito ao homicídio culposo quanto ao que diz respeito ao porte de arma. Quanto a liberação ou não depende de decisão judicial. O que a gente espera é que aconteça mais breve possível. Tenho certeza de que nesse caso no que toca a autoria dos disparos a conclusão está absolutamente correta e se fez justiça", disse.

O inquérito ainda indiciou um tio de Hyara For por disparo de arma de fogo. Os tiros teriam sido disparados contra a residência do casal de adolescentes, após a morte da jovem.

Relembre o caso

Hyara Flor, de 14 anos, foi morta após ser baleada no queixo, dentro da casa em que ela vivia com o marido. O crime aconteceu no dia 6 de julho e a adolescente foi socorrida para Hospital Municipal de Guaratinga, mas não resistiu.
Dentro da casa, foi encontrado uma pistola calibre 380, com dois carregadores e munições. Os objetos foram apreendidos e encaminhados à perícia.

A necropsia do corpo provou que o tiro fez com que a garota asfixiasse no próprio sangue, até a morte.

O crime aconteceu apenas 45 dias após o casamento dela com outro adolescente de 14 anos, que também faz parte da comunidade cigana. O jovem está apreendido no Espírito Santo.

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