A família de um menino de 6 anos denuncia que a criança teria sofrido queimaduras causadas por uso de produto químico, na Escola Classe (EC) 1 do Porto Rico, em Santa Maria. O caso ocorreu na última quinta-feira (1º/6), supostamente causado por colegas da vítima.
Ao Metrópoles, Luciene Batista de Carvalho, 32 anos, tia da criança, contou que, no dia do ocorrido, a avó do menino buscou-o no colégio, após gestores da escola entrarem em contato com a família e dizerem que ele chorava de dor durante aula.
“Minha mãe imaginou que ele estava com dor de barriga ou algo assim, pois nenhum funcionário da escola falou para ela o motivo de ele passar mal. Inclusive, nem a deixaram [a avó] entrar na escola. Só o levaram até o portão de entrada, com a roupa toda suja com o que parecia ser algum produto de limpeza”, relatou Luciene.
Porém, quando a avó do menino chegou em casa com ele, descobriu que o mal-estar seria por causa de algo mais sério: uma queimadura na região das nádegas.
“Ele reclamava de muita dor nas costas. Quando tiramos o uniforme, vimos o bumbum dele muito machucado. Para nós, ele contou que alguns coleguinhas o haviam segurado e derramado alguma substância líquida nas costas dele, o que causou a ardência depois”, detalhou a tia.
Luciene acrescentou que a mãe da criança levou o menino para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Maria, mas receberam orientação de buscar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento de queimaduras.
“No hospital, o médico fez exames e constatou se tratar de queimadura que poderia ter sido causada pelo uso de algum produto químico, como soda cáustica”, comentou Luciene.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) informou que, segundo a equipe gestora do colégio, o estudante havia chegado à escola com dores e tinha machucados nas costas.
“A família foi chamada à escola, e o Conselho Tutelar, acionado. A pasta afirma, ainda, que os alunos não têm acesso a produtos químicos nas unidades escolares e reforça que prestará todo o apoio necessário para o estudante e para que os fatos sejam esclarecidos”, destacou a SEDF, em nota.
No entanto, a família do menino contesta as versões do órgão e do colégio. “No dia seguinte ao ocorrido, minha irmã foi à escola para saber o que tinha acontecido com o filho dela. Falaram que ele teria sido arrastado pelo pátio por alguns colegas durante uma brincadeira”, comentou a tia.
O Conselho Tutelar também procurou a família, segundo Luciene, e prestou apoio para a mãe da criança registrar um boletim de ocorrência na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria). “Ele não quer voltar para a escola de jeito nenhum. Por causa de toda a situação, vamos transferi-lo”, completou a tia.
Em nota, o Conselho Tutelar de Santa Maria informou que acompanha o caso. A 33ª DP comunicou que não passará detalhes sobre as investigações, por se tratar de ocorrência que envolve menor de 18 anos, mas confirmou que apura o ocorrido.
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