O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (13) a contratação de 550 psicólogos e de empresas de segurança privada para atuar nas escolas estaduais.
Segundo o governador, os agentes vão trabalhar nas unidades desarmados. Também será criada uma linha direta entre as escolas e a Polícia Militar.
"A gente deve aumentar a ronda escolar, saindo de 200 profissionais para 800, aquela parceria da secretaria da educação e com a segurança pública, aquela gratificação para o militar que está de folga para aumentar a segurança escolar e, ao mesmo tempo, nós vamos reforçar a segurança escolar com o nosso efetivo. Então, a ronda escolar será reforçada, nós vamos ter mais patrulhamento, nós vamos ter outras unidades se engajando no patrulhamento escolar", disse Tarcísio.
As medidas fazem parte de um pacote de ações para ampliar a segurança da comunidade escolar em todo o estado. O investimento é de R$ 240 milhões.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa na porta da Escola Estadual Thomazia Montoro.
Psicólogos e seguranças sem arma
De acordo com o secretário estadual da Educação, Renato Feder, a ideia é que todas as unidades tenham visitas semanais de psicólogos.
"A gente acredita que se o psicólogo visitar a escola uma vez por semana, é um bom começo, se precisar mais, a gente aditiva, a gente acrescenta mais", disse o secretário da Educação, Renato Feder.
Feder também comentou sobre a segurança desarmada dentro das escolas.
"A gente tomou essa decisão escutando os professores e as professoras do estado de São Paulo. Nessa pesquisa, na semana passada, a gente teve mais 25 de mil respostas e os professores disseram nos comentários e nas opções que eles se sentiram mais seguros com o segurança dentro da escola e a decisão de desarmado é uma decisão na nossa cabeça muito clara, o segurança tem uma imposição forte e não precisa da arma."
Resumo das ações do governo:
Contratação de empresas privadas com profissionais desarmados para segurança das escolas
Contratação de 550 psicólogos
Criação de uma linha direta entre escolas e PM
O governador esteve na unidade, acompanhado do secretário estadual da Educação, Renato Feder, do secretário da Segurança, Guilherme Derrite, e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).
A escola reabriu nesta segunda (10), duas semanas depois do ataque em que um estudante matou a facadas a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pessoas.
Ações da Prefeitura de SP
A prefeitura da capital também anunciou nesta quinta medidas de proteção escolar. Dentre elas:
Criação do Comitê de Proteção Escolar com a participação de 7 secretarias;
Protocolo integrado de orientação às unidades escolares, de saúde, assistência social e segurança urbana;
"Botão de Alerta" disponível para mais de 8 mil unidades escolares (Municipal, Estadual e Particular);
Aumento de 50% da Ronda Escolar (GCM);
Ampliação do programa Mães Guardiãs para Integração entre comunidade e Poder Público (de 5 mil para 7 mil);
Ampliação de 25% das equipes de apoio psicológico às unidades escolares;
Criação de um Gabinete Integrado de Segurança Escolar.
Dados do Censo Escolar indicam que a escola conta com 15 professores e aproximadamente 300 alunos matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.
Ainda de acordo com o governo de São Paulo, a Polícia Militar reforçou o policiamento na região e determinou ponto de estacionamento de viaturas em frente à instituição citada a partir de sexta-feira (7), para acompanhar o retorno das aulas.
A Secretaria da Educação realizou uma revitalização no colégio com manutenção, pintura e reparos na estrutura - com recursos estimados em R$ 200 mil.
A fachada da escola foi pintada com grafites do artista plástico Pagu.
O ataque
No último dia 27, a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueadas por um aluno de 13 anos. O agressor, que estudava no oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras e está internado em uma unidade da Fundação Casa.
A polícia investiga a participação de outros dois alunos no ataque e a Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elisabete.
Na porta da instituição, ainda é possível ver o altar montado pelos alunos em homenagem à docente. Também colocaram cruzes, flores, mensagens e um cartaz com a mensagem "livros sim, armas não!".
A professora Beth não tinha completado nem dois meses de trabalho na Escola Estadual Thomazia Montoro quando foi esfaqueada pelas costas por um aluno na sala de aula. O assassino também estava na escola havia pouco tempo, desde o início de março.
Na escola anterior, o comportamento agressivo e as ameaças de atos violentos foram notados e preocuparam professores e pais. A direção registrou um boletim de ocorrência.
Com poucos dias na nova escola, ele brigou com os novos colegas. Uma dessas brigas, foi Beth quem separou. A diretora chamou o adolescente para uma conversa, que estava agendada para a manhã da segunda-feira, o dia do ataque.
Investigação
A Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elizabeth.
O delegado do 34º DP levou os equipamentos à sede do Decap, departamento que administra as delegacias da capital, para fazer a extração dos dados.
O procedimento é feito por um equipamento israelense, com software que busca em aparelhos eletrônicos de comunicação os arquivos e informações em períodos determinados, mesmo que tenham sido apagados.
A polícia não sabe dizer quando tempo levará para fazer a extração dos dados. Para a polícia, o acesso às informações poderá comprovar ou descartar a participação de outras pessoas no plano do ataque. Os investigadores acreditam que o aluno teve incentivo ou ajuda de duas pessoas.
E-mail: [email protected]
Telefone: (82) 9-9672-7222