Se recuperando da agressão que sofreu, o homem que teve o pênis cortado como forma de vingança pela própria esposa, em Atibaia, no interior de São Paulo, concedeu uma entrevista exclusiva ao g1 na manhã desta sexta-feira (29). Gilberto Nogueira de Oliveira, de 39 anos, contou que, apesar do ferimento irreversível, perdoa a esposa e admitiu a traição.
“Desde o ocorrido não falei mais com ela, porque ela foi presa, mas perdoo. Não tenho raiva, não tenho rancor. Espero que Deus abençoe ela e a mim também. Obviamente não voltaria com ela, mas talvez conversaria no futuro”, afirma.
O caso aconteceu no último dia 22. A mulher, de 34 anos, cortou o órgão genital do marido, tirou uma foto, jogou na privada e deu descarga. Depois, ela se entregou à polícia e está presa.
Como a parte arrancada do pênis foi descartada no esgoto pela mulher, não há a possibilidade de fazer uma reconstrução do órgão genital. Por isso, Gilberto está com uma campanha para tentar fazer uma prótese peniana - leia mais detalhes abaixo.
À polícia, a mulher afirmou que cortou o pênis do marido porque descobriu uma traição dele com uma sobrinha dela, de 15 anos. Gilberto explica que o caso realmente aconteceu, mas que a relação com a adolescente foi consensual.
“Realmente teve esse caso. Ela era adotada pela irmã da minha ex-esposa e tenho provas de que não foi forçado. Errei por trair, mas foi algo com consentimento”, alega.
De acordo com Gilberto, ele e a ex-esposa não tinham um relacionamento conturbado, mas a mulher sentia muito ciúmes por ele, o que ocasionalmente provocava brigas entre o casal.
“Ela era muito ciumenta. Já chegou a jogar um celular meu fora. Tinha um amor doentio. Eu era tudo na vida dela, então não aceitava que eu tivesse um outro relacionamento. Era um relacionamento bom, mas tinha esse problema da possessão dela", contou.
Noite do crime
Gilberto e a ex-esposa eram casados e mantinham um relacionamento há dois anos. Eles moravam juntos em uma casa no bairro Cerejeiras 3. No dia do crime, o homem conta que estava saindo do serviço, quando recebeu uma mensagem da mulher.
“A gente tinha comprado algumas roupas íntimas dias antes e ela falou que queria usar uma lingerie. Achei normal, porque tínhamos uma vida sexual ativa”, conta.
Ele lembra que, quando chegou em casa, tudo aconteceu muito rápido. “Nós deitamos e começamos a relação sexual. Ela amarrou minhas mãos, mas a única coisa que eu achei estranho foi ela ter apagado toda luz. Eu não via nada, e então ela usou uma navalha e cortou meu pênis", explicou.
Gilberto mora perto de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e foi correndo para o posto procurar ajuda. A mulher também saiu de casa, mas foi para a delegacia se entregar.
Saúde e recuperação
Gilberto teve alta médica no último domingo (24). Ele ficou internado por dois dias para colocar uma sonda no local do órgão genital e conseguir urinar. O homem conta que está tratando com medicação e, nesta quinta-feira (28), voltou ao hospital para atualizar o estado de saúde.
“Voltei para um retorno para ver como está a cicatrização da cirurgia. O local ficou aberto, então precisei colocar uma sonda. Sinto bastante dor para dormir, quando relaxo a musculatura. Em janeiro tenho um novo retorno”, conta.
Recomeço
Gilberto trabalha como frentista em um posto de combustível e como motorista por aplicativo. Ele está afastado do trabalho até o dia 5 de janeiro, mas, depois, quer voltar a trabalhar.
“Quero recomeçar e voltar a trabalhar. Não tenho planos de mudar de trabalho ou de cidade, só de casa, já que eu morava junto com ela”, afirma.
De acordo com Gilberto, a família abriu uma ‘vakinha’ online para arrecadar dinheiro para reconstruir a região do órgão genital e implantação de uma futura prótese.
“Estou com o psicológico tranquilo. Não estou 100% bem, mas me recuperando. Tenho muita fé e sei que Deus vai me abençoar e me curar. Pensamento positivo”, declarou.
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