Uma imagem obtida pelo g1 nesta quinta-feira (18) mostra várias aranhas-marrons na casa do homem que foi picado por uma delas enquanto dormia em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O garçom Wilker Guimarães teve o dedo indicador amputado após o membro ter necrosado em decorrência do veneno do animal. Ele guardou os aracnídeos em um pote para ter uma prova na Justiça contra a prefeitura e o condomínio onde mora.
Guimarães foi picado em 28 de dezembro. Ele contou ao g1 ter acordado com o dedo inchado, doendo e ido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia. Na unidade de saúde, um médico cogitou ser uma ferida causada por uma aranha, mas receitou remédios e o liberou.
Mais tarde, o paciente voltou ao posto e contou ter achado aranhas-marrons em casa, mas teve o mesmo tratamento. Só no dia 29, ele recebeu o soro antiaracnídico. Mesmo assim, o dedo necrosou e ele preciso amputar o membro. Ele ainda relatou ocorrências da síndrome do membro fantasma.
Desde então, o garçom tem guardado as aranhas para provar na Justiça que, além de ter sido picado, haviam diversos aracnídeos no apartamento. Na foto, é possível ver aproximadamente 20 delas em um pote.
Justiça
Guimarães pretende acionar a Prefeitura de Praia Grande (SP) e o condomínio onde mora na Justiça. Ele alegou ter sido vítima de negligência médica e da falta de zeladoria do prédio.
"Por causa de negligência de dois médicos acabei amputando meu dedo. Não quero que ninguém passe pelo que estou passando".
Ao falar sobre a ação que vai mover contra o condomínio, o garçom lembrou ter escutado do zelador que a picada da aranha foi um caso isolado no edifício. "A quantidade de aranhas que achamos foi absurda", disse, ao justificar a decisão.
De acordo com Guimarães, a picada aconteceu dias depois de o prédio passar por dedetização. "O dono do apartamento [alugado por Guimarães] também não concorda que seja [um caso] isolado".
Serviço prejudicado
O garçom contou que, embora seja destro, usa a mão esquerda para carregar as bandejas. Ele acredita que será prejudicado no serviço. "Vai me atrapalhar bastante. Querendo ou não vou ter que me adaptar".
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande, mas não obteve resposta. O Condomínio Georgia também foi procurado, mas sem sucesso.
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