O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) decretou a prisão preventiva do jornalista João Paulo Mourão, suspeito de matar a irmã, a advogada Izadora Santos Mourão, de 41 anos, com golpes de faca. O irmão da vítima passou por audiência de custódia após ter sido preso em flagrante na segunda-feira (15).
Izadora foi encontrada morta no sábado (13), no município de Pedro II, interior do Piauí. A investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua para verificar se a mãe e outros familiares também estão sendo investigados por suspeita de participação no crime.
Quarto lavado após o crime
As investigações apontam que, após matar a irmã com sete golpes de faca, o irmão teria ido dormir no quarto da mãe. Ela, ao encontrar a filha machucada no quarto, segundo a polícia, ligou para a empregada doméstica da casa e ordenou que ela lavasse o quarto onde aconteceu o crime.
“Lavaram o quarto, o sangue. Só que o delegado Danúbio requisitou novas perícias. O sangue humano, mesmo sendo lavado, deixa resquícios que a Perícia Criminal consegue detectar”, comentou o delegado Francisco Barêtta, coordenador do DHPP.
A mãe, segundo o DHPP, teria pedido ainda que a empregada doméstica dissesse aos policiais que o filho estava dormindo no momento do crime, criando um álibi para o suspeito. A polícia não deu detalhes sobre como teria sido esse contato da mãe com a empregada.
De acordo com o delegado Barêtta, a mãe, a empregada e outros familiares da vítima foram ouvidos e devem ser chamados a depor novamente em breve. Os policiais buscam determinar a participação de cada pessoa no caso.
Brigas entre irmãos
Ainda segundo o Barêtta, a relação dos irmãos era conflituosa. Ele comenta que os investigadores encontraram, entre os objetos da vítima, um bilhete que teria sido escrito por João Paulo em que se dirige de forma grosseira à irmã.
“Foi um bilhete em que ele diz para ela ‘não se meta nos meus assuntos’, e coisas assim. É uma mostra de que a relação entre eles não era harmoniosa”, disse o delegado.
Para o coordenador do DHPP, o crime foi premeditado. “Eles possuíam umas desavenças, mas isso vai ser delineado nos autos do inquérito policial nos próximos dez dias. A motivação é muito subjetiva", afirmou.
Barêtta disse que o suspeito preferiu permanecer em silêncio. "Ele não fala, ele não confessa”, disse. João Paulo ficará, agora, à disposição da Justiça, em uma unidade prisional do estado, aguardando julgamento.
Fonte: G1
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