O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou a soltura da jovem de 19 anos que acabou sendo presa enquanto passava por uma entrevista de emprego. Outras 18 pessoas também foram detidas durante a operação policial, e 13 foram soltas.
Lívia Ramos de Souza estava no escritório quando a polícia entrou no local para realizar uma operação contra golpes de consórcio de veículos, no centro da capital fluminense.
Ao todo, 14 pessoas tiveram a prisão preventiva convertida em medidas cautelares, como comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com outros investigados, além de proibição de se ausentar da Comarca.
A Justiça também determinou que os envolvidos não trabalhem para empresas que ofereçam os mesmos serviços que são alvos da investigação. A decisão é do desembargador José Muiños Piñeiro Filho, da 6ª Câmara Criminal, à qual o Terra teve acesso nesta quarta-feira, 21.
"Verificando que a decisão impugnada, embora fundamentada, se alicerçou em contextos, em tese, genéricos, a exemplo dos riscos para instrução criminal sem prova efetiva disso; risco para a ordem econômica e social, não encontram base sólida para afrontar o direito de liberdade", diz o documento da Justiça.
O que diz a família de Lívia
Nas redes sociais, familiares e amigos de Lívia fizeram publicações explicando que a jovem estava no estabelecimento por apenas quatro horas, até ser presa. Dizem que ela é uma jovem trabalhadora, que tinha saído de casa animada com a possibilidade de ser contratada.
A mãe de Lívia, Cristiane Pinto Ramos, disse no último dia 15, ao jornal O Globo, que não conseguia entrar em contato com a filha. Além disso, ela afirmou que a menina encontrou a oportunidade de emprego no site Infojobs. Antes ela atuava como jovem aprendiz em outro local.
“Chegando lá, já colocaram ela para fazer treinamento no computador. Não assinou nada, não chegou a fazer venda e não teve movimento de dinheiro entrando na conta dela, só estava treinando. Eu estava no trabalho, e quando foi 20h ela me ligou desesperada dizendo que estava presa”, contou a mãe.
Investigação
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a operação foi motivada pela denúncia de diversas vítimas. Durante diligência no escritório onde os golpes eram aplicados, 18 pessoas que trabalhavam no local, naquele momento, foram presas em flagrante. Entre elas estava Lívia.
Em nota ao Terra, a polícia explica que o grupo foi conduzido para delegacia e optou por só se manifestar em juízo. Então o caso foi enviado à Justiça que, em audiência de custódia, manteve as prisões.
Também houve apreensão de computadores, aparelhos de telefone celular, documentos – incluindo contratos em nome das vítimas –, e um roteiro utilizado para a prática do estelionato.
A reportagem tentou contato com a Icon Investimentos, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto.
E-mail: [email protected]
Telefone: (82) 9-9672-7222