A médica Claudia Soares Alves, que raptou a recém-nascida Isabela, de apenas três horas de vida, na noite de terça-feira (23), no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foi aprovada em primeiro lugar no concurso público para se tornar professora da instituição.
De acordo com o Edital de Homologação, Claudia foi aprovada em ampla concorrência com a nota de 461,99 pontos. Segundo a assessoria de comunicação da UFU, ela atuava há três meses dentro do hospital.
Claudia é formada em medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, em 2004. Na página do Conselho Federal de Medicina (CFM), consta que a médica está cadastrada na especialidade de neurologia e clínica médica.
O crime
Isabela nasceu por volta das 20h do dia 23 de julho, de parto cesárea, no HC-UFU. Segundo a Polícia Civil, a médica se aproveitou do fato de ser concursada no hospital, usou o crachá e entrou. Com isso, poucos depois das 23h, ela se apresentou como pediatra aos pais e pegou a recém-nascida.
O pai, o motorista Édson Ferreira, disse que a médica enganou todo mundo.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
A mulher saiu da porta do hospital com a bebê e fugiu em um carro vermelho. Segundo a polícia, quando os pais notaram que a mulher demorou para devolver a recém-nascida ser devolvida, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido.
Entenda ponto a ponto a ação da mulher:
Um dos vídeos mostrou que ela chegou de carro em frente ao HC-UFU, às 23h18;
Ela desceu do veículo usando jaleco, touca, máscara, luvas de borracha e uma mochila amarela nas costas;
A mulher caminhou até o hospital e retornou 37 minutos depois;
Às 23h55, a médica passou novamente pelas câmeras de monitoramento, já carregando a recém-nascida em um dos braços;
Ela entrou pelo banco do motorista e saiu logo em seguida.
A gerente de Atenção à Saúde do HC-UFU, Liliane Passos, disse que iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias e colabora com a investigação da polícia.
O que diz a defesa
Cláudia concluiu a residência em clínica médica na UFU em 2007 e finalizou a residência em neurologia em novembro de 2011, na UFTM.
Em uma rede social, a médica divulgou que no dia 13 de maio deste ano tomou posse como professora na UFU. Claudia também era professora efetiva da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde janeiro de 2019.
Apesar de ser médica e ter vínculo com a UFU, a Polícia Civil investiga se houve falha na segurança do HC.
O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela é tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.
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