A Polícia Civil investiga há sete meses a morte de um detento que passou mal e teve uma parada cardiorrespiratória em uma cela do presídio de Manhumirim, a 210 km de Belo Horizonte. Tanto o laudo necroscópico como a certidão de óbito de Lucas de Morais Trindade, então com 28 anos de idade, confirmam que ele faleceu em decorrência da covid-19.
No entanto, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) não inclui o presídio de Manhumirim como uma das unidades prisionais do Estado onde detentos morreram por causa da doença.
Desde o início da pandemia, foram constatados nove óbitos em sete presídios mineiros. O Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, contabiliza três mortes. Os outros óbitos foram confirmados no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em RIbeirão das Neves, além dos presídios de Divinópolis, Sete Lagoas, Uberlândia, São Joaquim de Bicas e o Ceresp de Juiz de Fora.
De acordo com a Sejusp, Lucas não foi incluído na lista de detentos vítimas de covid-19 porque o caso está em investigação pela Polícia Civil "em razão da suspeita de ter ocorrido por causas outras que não covid-19".
Por sua vez, a Polícia Civil se limitou a dizer que instaurou um inquérito para apurar o fato e que a investigação está em curso na delegacia de Manhumirim.
Prisão
Morto sob a custódia do Estado de Minas Gerais, Lucas Morais da Trindade foi preso em flagrante pelo porte de menos de 10 gramas de maconha. Ele foi denunciado por tráfico de drogas e condenado pela Justiça a uma pena de mais de cinco anos de prisão em regime fechado.
Os policiais chegaram a Lucas depois de encontrarem uma pequena quantidade de maconha com um adolescente que foi abordado no meio da rua. O jovem deu o endereço do homem dizendo que ele havia vendido a droga. Em casa, Lucas foi preso em flagrante.
Indenização
Os dois filhos de Lucas Morais da Trindade, menores de idade, entraram com uma ação na Justiça contra o Governo de Minas Gerais alegando que ele foi morto sob custódia do Estado e por motivo que poderia ter sido evitado. Lucas foi um dos 159 presos diagnosticados com covid-19 no presídio de Manhumirim. A unidade tem capacidade para 193 detentos.
A ação pede que cada um dos filhos, que vão crescer sem a presença do pai, recebam R$ 200 mil por danos morais, além do pagamento de uma pensão alimentícia no valor de um salário mínimo para cada um até que eles completem 25 anos. Ao todo, a ação pede que o Estado indenize a família em R$ 458.115,00.
Fonte: R7
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