Pedras foram colocadas embaixo de viadutos da zona leste de São Paulo para impedir que pessoas em situação de rua se abriguem nesses locais. A ação foi criticada por especialistas, que dizem que a medida não é a maneira ideal para conter o crescimento da população de rua e que faltam políticas públicas eficientes.
As pedras são presas ao solo com cimento e fazem com que as pessoas em situação de rua não tenham espaço e condições para se abrigar. A capital paulista tem, atualmente, cerca de 24 mil moradores em situação de rua. Segundo a prefeitura, há a mesma quantidade de vagas disponíveis nos centros de acolhimento.
No entanto, segundo estimativa da Rede Nossa São Paulo, existem entre 30 mil e 35 mil pessoas em situação de rua na capital paulista. Segundo Igor Pantoja, a crise provocada pelo coronavírus fez com que muitas pessoas em situação de vulnerabilidade passassem a viver nas ruas. "Houve uma crise muito forte, muitas pessoas que ficaram sem renda, agora com o fim do auxílio emergencial há um risco muito maior", disse.
Segundo ele, as vagas de pernoite são ainda mais restritas e oferencem abrigo para 13 mil pessoas. O representante do Fórum Permanente de São Paulo, Alderon Costa afirma que, além de pouco espaço nos albergues, muitos estão equipamentos estão em situação precária. "Novas políticas públicas devem ser adotadas, o problema não pode ser resolvido colocando pedras."
A prefeitura esclareceu que não tinha conhecimento sobre as pedras e que a ação foi feita por um funcionário que foi identificado e exonerado do cargo. A administração municipal afirmou ainda que as pedras estão sendo retiradas do local.
Fonte: R7
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