A chuva de meteoros Alpha Capricorniids pode ser observada até os primeiros dias de agosto em todo o Brasil. Assim como a Delta Aquariidis, não existe um dia de pico e, durante vários dias, é possível ver até cinco meteoros por hora. A particularidade do fenômeno é que os rastros de luz no céu são acompanhados de pequenas explosões, o que torna a observação muito mais interessante.
Segundo o diretor técnico da Bramon (Rede Brasileira de Meteoros), Marcelo Zurita, a Alpha Capricorniids é provocada pelos fragmentos deixados no espaço pelo cometa 169P/NEAT, descoberto em 2002. Os detritos que se desprendem do astro a cada vez que ele passa perto do Sol são mais densos em comparação com outros cometas, o que explicaria a formação dos meteoros explosivos.
"No caso da Delta Aquaridiis, bem como da maioria das chuvas de meteoros, o observador consegue enxergar um risco luminoso no céu com brilho quase que constante. Já no caso da Alpha Capricorniids, a vista é de um risco luminoso seguido por um momento súbito de brilho", afirma.
A foto abaixo mostra um meteoro explosivo da Alpha Capricorniids que cruzou o céu de Taquara, no Rio Grande do Sul, na madrugada do dia 28 para o dia 29 de julho. O registro foi feito pelo astrônomo Carlos Jung, do Observatório Heller&Jung e colaborador da Bramon.
Eventualmente, surgirão no céu alguns bólidos, ou seja, meteoros que têm mais luminosidade do que o planeta Vênus e que terminam com uma explosão, segundo a definição da Organização Internacional de Meteoros.
Zurita ressalta que, apesar de a Alpha Capricorniids ser uma chuva de baixa intensidade, a Bramon tem registrado uma atividade atípica desde o início do mês. Um dos colaboradores da rede chegou a identificar 80 meteoros desse tipo em uma única noite, o que indicaria não ter relação com a chuva. Algumas pessoas podem, então, flagrar alguns meteoros esporádicos cruzando o céu.
Como observar?
O melhor horário para acompanhar será entre meia noite e meia noite e meia, quando a Constelação de Capricórnio já estará bem alta no céu e a Lua ainda não nasceu. Atualmente, o satélite natural da Terra está com 75% de seu brilho aparente, o que ofusca um pouco a visualização.
"Para contemplar o fenômeno, basta se deslocar para um lugar afastado das luzes da cidade, como um sítio ou uma chácara, e reclinar-se de modo a ter o maior campo de visão possível. Apesar de o radiante da chuva ser a estrela Alpha Capricorni, na Constelação de Capricórnio — o que significa que todos os meteoros parecem se originar deste ponto, aos olhos do observador —, a orientação é olhar para o céu em todas as direções", diz.
De acordo com o Zurita, para identificar se o meteoro visto se trata de um a Alpha Capricorniids ou um meteoro esporádico, basta ter como referência o planeta Júpiter — que, este ano, coincidentemente, está próximo no céu da estrela Alpha Capricorni.
Uma dica para localizar o planeta no céu é utilizar aplicativos astronômicos de simulação do céu, no qual a câmera do celular identifica planetas e constelações no céu. Outra alternativa, mais simples, é procurar pelo corpo celeste mais brilhante no céu.
Feito isso, o próximo passo é imaginar uma linha no céu partindo desse ponto específico. Se o meteoro cruzar essa linha, trata-se de um astro oriundo da Alpha Capricorniids. Caso contrário, é um meteoro esporádico.
Fonte: R7
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