Os resultados financeiros das empresas no segundo trimestre de 2020, período marcado pelas ações de isolamento social, começam a ser divulgados nesta quarta-feira (21) e não devem prejudicar o bom desempenho recente da Bolsa de Valores.
Principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa chegou a desabar mais de 40% somente no mês de abril, quando atingiu o menor patamar desde julho de 2017 (63.569,62 pontos). Desde então, o índice segue uma trajetória de alta e recuperou a marca de 100 mil pontos no último dia 10.
Segundo especialistas do mercado financeiro, o impacto da pandemia do novo coronavírus nas companhias listadas no Ibovespa “já está precificado”.
Na avaliação do economista-chefe de Nova Futura, Pedro Paulo Silveira., a tendência atual é de que a maior parte das empresas olhe para o segundo trimestre de 2020 como um ponto isolado da história financeira. “Veio uma crise que afetou o resultado, a empresa perdeu dinheiro, mas vai se recuperar”, afirma.
"O mercado já abandonou as preocupações com a quarentena. Só vai impactar o mercado se vierem muitas surpresas, com números muito melhores ou piores do que o esperado", Pedro Paulo Silveira.
Para Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, o mercado financeiro já sabe que os balanços do segundo trimestre vão trazer resultados “ruins”, mas alerta para a importância das formas de divulgação e possíveis dados inesperados.
“Nos EUA, os grandes bancos apresentaram números acima das expectativas, o que contribuiu para um viés de alta nas ações das empresas ligadas ao segmento bancário”
Lucas Carvalho
Carvalho orienta que os investidores tenham paciência com a volatilidade recorrentes durante a temporada de balanços. “Um ponto muito importante agora é olhar para o endividamento das empresas, que deve mostrar algum efeito positivo visto o receito com o futuro”, explica o analista ele.
Os analistas avaliam que os setores de aviação e turismo devem ter sido as empresas mais afetadas entre abril e junho. Eles também orientam atenção especial para o desempenho dos bancos e do comércio. “O varejo presencial sofreu bastante e o varejo eletrônico teve uma reação bastante robusta”, afirma Silveira.
Fonte: R7
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