A diferença entre a intenção de compras de Natal entre as famílias mais ricas e aquelas que faturam até R$ 4.800 atingiu 44,4 pontos neste ano. Trata-se do maior patamar da série histórica do indicador coletado desde 2007, de acordo com dados do o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas).
O avanço da desigualdade entre as famílias de menor e maior poder aquisitivo ocorre mesmo com as estimativas de resultados melhores para o comércio com a ajuda da celebração, ainda que o desempenho seja pior do que o apresentado nos anos anteriores.
Para Viviane Seda, coordenadora das Sondagens da FGV, afirma que o período melhor para o comércio do que no ano passado não representa um dado favorável na comparação com anos anteriores, já que os consumidores seguem cautelosos em relação ao consumo.
"As famílias de mais baixa renda, maior parcela da população, são as mais afetadas. Para elas, o Natal será mais magro. Muitos não irão comprar presentes, e mesmo para aqueles que irão comprar, dizem que gastarão menos”, afirma ela.
De acordo com os dados, a melhora do indicador foi puxada pelo crescimento da proporção de consumidores que pretendem aumentar o gasto com presentes, que saltou de 5,5% em 2020 para 15,4%, este ano.
O preço médio dos presentes, por sua vez, passou de R$ 104 para R$ 106 mantendo-se relativamente estável, com alta de apenas 1,9%. A maior variação, de 21,4%, foi entre os consumidores com renda de R$ 2.100 a R$ 4.800, cujo valor médio das lembranças subiu de R$ 70 para R$ 85. Já para os consumidores de renda mais baixa, o menor valor médio de presentes caiu para R$ 59 em 2021.
Viviane analisa que a pesquisa traz um reflexo da reabertura da atividade econômica. “As vendas online continuam mantendo o padrão adquirido na pandemia. O que ocorre é que com o relaxamento das medidas restritivas, consumidores voltaram a ir às lojas”.
Fonte: R7
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