Nessa terça-feira (01/02) o Conselho Universitário deu continuidade à sessão ordinária iniciada na semana passada, com o principal objetivo de debater o retorno presencial das aulas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O Conselho Universitário aprovou o indicativo de retorno presencial para o dia 21 de março. Também foi aprovada, por unanimidade, a exigência de passaporte vacinal para acesso aos campi.
A sessão virtual foi transmitida pelo canal oficial no Youtube com uma audiência bastante participativa através de manifestações no chat. Foram mais de três horas de debate, com apresentações de estudos e planos, até chegar a uma deliberação, que deve ser detalhada na sessão que continua na próxima terça-feira (08/02).
Antes de iniciar os debates, os conselheiros homenagearam o professor Radjalma Cavalcante, que faleceu nesta segunda-feira (31/01). A conselheira Lígia Ferreira solicitou que constasse em Ata a seguinte mensagem: “Grande lutador, líder político de postura ética e respeitosa. Excelente professor em sala de aula e fora dela. Tratava os/as estudantes com respeito e acreditava na construção coletiva. Orgulho de ter sido sua graduanda e colega de trabalho em muitos cursos e eventos científicos. Manifesto minha admiração por sua trajetória na vida. Nesta passagem, desejo muito axé para ele e sua família!”
Para fundamentar o debate sobre o retorno presencial, a equipe da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), representada pelo pró-reitor Wellington Pereira, apresentou dados dos questionários aplicados relativos à Instrução Normativa 01/22 do Gabinete da Reitoria, informando quantos técnicos e docentes apresentam comorbidades e devem continuar em atividades remotas. “Pouco mais de 7% dos docentes e 6% de técnicos estão nessa situação. Para os técnicos que estão em trabalho presencial, estabelecemos o rodízio e iniciamos testagens periódicas, com o auxílio da vice-reitora, professora Eliane Cavalcanti”, informou Wellington.
A equipe da Pró-reitoria de Graduação, (Prograd), representada pelo pró-reitor Amauri Barros, apresentou o cenário local e nacional, em relação à situação das demais Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). “Em torno de 11 universidades devem iniciar o segundo semestre em março e estão avaliando se farão essa retomada de forma presencial ou não. Em relação à Ufal, temos realizado vários componentes curriculares já de forma presencial e não chegamos a parar totalmente em nenhum semestre, já que no momento mais agudo da pandemia, no primeiro semestre de 2020, estabelecemos o Período Letivo Excepcional (PLE)”, ressaltou Amauri Barros.
O professor Vladimir Caramori, diretor do Centro de Tecnologia (Ctec), apresentou uma síntese das ações necessárias e premissas para o retorno presencial, elaboradas por uma comissão com representantes das Unidades Acadêmicas, considerando a possibilidade de retorno híbrido, em função das demandas de espaço físico que garantam ventilação e distanciamento entre os estudantes. Mas o professor destacou também a definição tomada pelo Ctec: “O Conselho do CTEC, reunido em 28 de janeiro, se posicionou favorável a trabalhar o retorno presencial, mediante algumas condições básicas, como observar ciclo vacinal e considerando protocolos de biossegurança, com flexibilidade de acordo com o avanço dos cenários”, ponderou o professor.
O detalhamento de ações com foco na biossegurança foi apresentado pela professora Alessandra Leite, da Faculdade de Medicina (Famed), com previsão de passaporte vacinal, testagens periódicas, uso obrigatório de máscaras, de forma eficiente e correta, e disponibilização de itens para higienização. Também foram apresentadas as contribuições da Comissão Permanente de Avaliação (CPA), que vem fazendo levantamentos por meio de questionários para avaliar a situação da infecção por Covid-19 na Ufal. Os conselheiros ouviram ainda as contribuições das entidades sindicais, como Sintufal e Adufal, que realizaram assembleias para deliberar sobre as condições de retorno às aulas presenciais.
Os dados e cenários informados foram debatidos pelos conselheiros e conselheiras, que se manifestaram com uso da palavra ou através de mensagens na sala de conferência. Uma das mensagens foi do professor Carlos Jacinto, do Instituto de Física (IF): “Devemos exigir o uso contínuo de máscaras, ambiente ventilado, higienização e passaporte de vacinas. Se exigirmos mais que isso, dificilmente retornaremos, pois o vírus continuará por muito tempo. Algo importante é realmente falarmos sobre o orçamento da Ufal, pois temos muitos ambientes precisando de reparos”, declarou.
A questão dos cortes no orçamento das universidades foi uma preocupação manifestada por vários conselheiros. O professor Gustavo Madeiro, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), recebeu manifestações de aprovação dos estudantes no chat ao fazer uso da palavra para colocar que “a falta de condições orçamentárias da Universidade é uma outra mobilização, que precisamos travar com o Governo Federal, mas não pode ser justificativa para o não retorno. Os estudantes esperam uma proposta concreta, Dito isso, sou a favor do retorno presencial em março com a obrigatoriedade do passaporte vacinal”, enfatizou o professor.
Depois de várias outras intervenções, o reitor Josealdo Tonholo, presidente da sessão, procedeu ao regime de votação. Primeiramente, foi votado o indicativo de retorno presencial para o início do próximo semestre letivo, no dia 21 de março, com aprovação de 93% dos conselheiros presentes. Em seguida, foi votada a proposta de obrigatoriedade de apresentação do passaporte vacinal para acesso aos campi e demais espaços pertencentes à Ufal, que foi aprovada por unanimidade. “A sessão continua aberta e será retomada na próxima terça-feira, para detalhamento dos planos de retomada do ensino presencial”, finalizou o reitor.
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