22/12/2021 16:38:44
Entretenimento
Caso Zé Neto: entenda por que o cigarro eletrônico faz mal à saúde
Dispositivo utiliza um líquido concentrado de nicotina com solventes e aromatizantes que pode causar danos pulmonares no usuário
JP Rodrigues/ Metrópoles

 Nos últimos dias, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, revelou estar passando por um tratamento pulmonar que pode ter sido causado pelo uso de cigarro eletrônico, ou ser consequência da Covid-19. O artista relatou que a mancha com aspecto de vidro fosco nos pulmões causou falta de ar que o atrapalha durante os shows.

O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, juul, smok, e-cigarete, ecigar ou apenas tabaco aquecido, é um dispositivo com o formato de um cigarro convencional ou caneta, que contém uma bateria, geralmente de íon-lítio, e um depósito onde é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado. Além da nicotina, o líquido possui produtos solventes como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para dar sabor.

Este tipo de cigarro foi introduzido no comércio como sendo uma boa opção para substituir o cigarro convencional por conter menos substâncias cancerígenas e ter menor potencial para causar problemas pulmonares agudos, podendo ser uma boa opção para pessoas que desejam parar de fumar.

No entanto, devido à falta de dados científicos que comprovem a eficiência, eficácia e segurança dos cigarros eletrônicos, sua venda foi proibida pela Anvisa em 2009, com a RDC 46/2009, e seu uso tem sido desaconselhado por vários especialistas na área, entre os quais a Associação Médica Brasileira.

Cigarro eletrônico faz mal?

Da mesma forma que o cigarro convencional, o cigarro eletrônico faz mal principalmente devido à liberação de nicotina. A substância é uma das com maior poder de vício conhecidas: por isso, pessoas que utilizam qualquer tipo de dispositivo que libere a toxina, seja o cigarro eletrônico ou o convencional, terão maior dificuldade em deixar de fumar.

Além disso, a nicotina é liberada na fumaça lançada no ar, tanto pelo aparelho, como pela expiração do utilizador. Isso faz com que as pessoas ao redor também inalem a substância. Isso é ainda mais grave no caso de mulheres grávidas que apresentam um risco aumentado de malformações neurológicas no feto quando expostas à nicotina.

Já quanto às outras substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico, algumas delas são cancerígenas. De acordo com um documento oficial lançado pelo CDC, correspondente ao Ministério da Saúde dos Estados Unidos, é possível que o aquecimento do solvente que carrega a nicotina no cigarro eletrônico, quando queimado a mais de 150ºC, libere dez vezes mais formaldeído que o cigarro convencional, uma substância com comprovada ação cancerígena. Outros metais pesados também têm sido encontrados no vapor liberado por estes cigarros e podem ser ligados ao material utilizado para a sua construção.

Além disso, as substâncias químicas usadas para criar o sabor dos cigarros eletrônicos também não têm comprovação de segurança a longo prazo.

EVALI: a doença do cigarro eletrônico
A EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) é uma sigla em inglês para doença pulmonar causada pelo uso do cigarro eletrônico ou vaping, que foi identificada pela primeira vez em 2019.

Essa doença tem sido relacionada à presença de acetato de vitamina E — um tipo de óleo usado no líquido do cigarro eletrônico, especialmente nos que contém THC, a substância psicoativa da maconha –, que interfere no funcionamento normal dos pulmões.

A EVALI pode causar sintomas semelhantes à outras doenças respiratórias, como pneumonia ou até gripe, e incluem:

Falta de ar;
Febre;
Tosse;
Náusea e vômito;
Dor no estômago;
Diarreia;
Tontura;
Palpitação;
Dor no peito;
Cansaço excessivo.

Esses sintomas podem surgir em alguns dias ou ao longo de várias semanas, sendo importante procurar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico e iniciar tratamento mais adequado, que muitas vezes é feito com hospitalização, utilização de oxigênio, e uso medicamentos como corticóides, antibióticos ou antivirais, por exemplo.

Cigarro eletrônico aumenta o risco de Covid-19?

De acordo com a Associação Médica Brasileira, o cigarro eletrônico pode aumentar o risco de Covid-19 devido à presença de nicotina na composição do líquido utilizado no cigarro, que pode causar danos pulmonares.

??Além disso, o vapor produzido pelo cigarro eletrônico pode levar a disseminação do coronavírus no ambiente em que estão os usuários desse tipo de equipamento, aumentando o risco de infecção.

Fonte: Metrópoles

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