O corpo de Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como "Quinho do Salgueiro", começou a ser velado na quadra da escola de samba, na Tijuca, na Zona Norte do Rio pouco antes das 15h desta quinta-feira (4). O intérprete morreu na quarta-feira (3) aos 66 anos, de insuficiência respiratória.
O caixão do cantor estava coberto com as bandeiras do Salgueiro e da Liesa, a Liga das Escolas de Samba do Rio. Entre as coroas de flores que já estavam no local, uma foi mandada por Neguinho da Beija-Flor, outro dos grandes cantores do carnaval carioca.
"Ele foi um paizão na minha vida. Pagou meu colégio, alimentação, minhas vestes. Foi mais que um pai na minha vida. Foi o melhor amigo que eu tive na minha vida", disse Wilkee Oliveira Marques, filho de Quinho, no velório.
A agremiação informou que cantores farão uma homenagem entoando sambas que ficaram marcados na voz de Quinho. Além de música, haverá dança. A cerimônia é conhecida popularmente como gurufim.
Na sexta (5), às 9h, haverá um outro velório na capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O sepultamento está marcado para as 13h.
Quinho foi uma das maiores vozes do carnaval do Rio de Janeiro e deu vida a grandes sambas-enredo do Salgueiro. Ele estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador.
Quinho estava afastado do carnaval. Desde 2022 ele lutava contra um câncer de próstata. Ainda assim, o nome dele foi lembrado durante o último desfile pelo carro de som, que foi batizado como "Quinho do Salgueiro".
"Você receber uma homenagem em vida, isso me emocionou muito. Nós somos uma pequena partícula dessa imensidão chamada carnaval e escola de samba, e o Salgueiro é a minha vida", disse em entrevista ao RJ2, em 2023.
"Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola", publicou o Salgueiro em uma rede social após a morte do intérprete.
"Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível."
Nos carnavais cariocas, os gritos "arrepia, Salgueiro, pimba, pimba", "ai, que lindo, que lindo" e "que bonitinho" se tornaram marcas características de Quinho.
Em 1993, Quinho comandou o coro de 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro, conhecido pelo verso "Explode coração, na maior felicidade".
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