A pandemia estabeleceu novos hábitos. Lavar as embalagens ao chegar do mercado foi um deles. Mas ainda há necessidade desse cuidado? O infectologista Marcelo Otsuka explica que hoje se sabe que o principal meio de contágio da covid-19 se dá pelas vias respiratórias, e não pelo contato com superfícies contaminadas, mas a recomendação é continuar higienizando objetos, o que ajuda a prevenir não só a covid, mas também outras doenças.
“A necessidade de higiene ao manipular embalagens e alimentos in natura, como legumes, frutas e verduras, é importante que seja mantido, para evitar, além de coronavírus, outros quadros danosos à saúde, como diarreias e parasitoses.”
A FDA (Food and Drugs Administration), agência que regulamenta alimentos e remédios nos Estados Unidos, divulgou um relatório este ano no qual afirma que a probabilidade de contágio da covid-19 em embalagens de alimentos é mínima.
Segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) do governo dos Estados Unidos, a chance de contrair o coronavírus em contato com superfícies é inferior a 1 em 10 mil.
“A chance de transmissão em superfícies existe, mas ainda é desconhecido o quanto e por quanto tempo ela pode acontecer”, afirma Otsuka.
Ele ressalta que ainda não existem estudos conclusivos sobre a transmissão das variantes da covid-19 em superfícies, mas explica que, por necessitar de menor carga viral para transmitir a doença, podem propagar o vírus com maior facilidade.
“Ainda não existem estudos com as variantes em superfícies, mas elas, teoricamente, precisam de menor carga do vírus e pode ser que se mantenham mais tempo nos locais, podendo assim causar a doença”, diz.
Segundo Otsuka, a higiene é importante ao manusear embalagens que não estão limpas, lavando as mãos antes e depois do processo, sem ter contato com o produto. Também orienta a lavar frutas e legumes com atenção.
O Ministério da Saúde recomenda cuidado com a higienização de alimentos e embalagens, utilizando água e detergente ou álcool 70% para lavá-los antes do consumo. No caso de alimentos não perecíveis, é recomendado que fiquem armazenados em local seco e bem arejado.
O infectologista destaca que existem ambientes em que o vírus pode se manter por mais tempo, como nas fezes. “O vírus fica presente por muito mais tempo nas fezes e isso pode, eventualmente, servir como mecanismo de transmissão, principalmente se considerar crianças pequenas, em que se tem constante manipulação de fezes, e pessoas que não limpam bem as mãos após ir ao banheiro”, finaliza Otsuka.
Fonte: R7
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