O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde (MS), vai repassar mais de R$ 3 milhões para municípios de Alagoas, com objetivo de reforçar a assistência na Atenção Primária à Saúde (APS), para pessoas com sintomas pós-Covid-19. A liberação do investimento foi assinada nessa quarta-feira (23), pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Os gestores das cidades poderão contratar profissionais qualificados, reformar ou criar ambientes para abrigar ações necessárias, como espaços para fisioterapia, além de adquirir materiais de consumo necessário.
Segundo o secretário da APS, Raphael Câmara, o recurso é de extrema importância, já que 30% a 75% dos pacientes apresentam alguma manifestação pós-Covid-19. “Esse dinheiro obrigatoriamente tem que servir para fazer a busca ativa de novos casos e o monitoramento, além de definir estratégias de priorização de atendimento, conforme a realidade local”, disse.
Considerada a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), a área tem características de ordenadora e coordenadora da rede pública, ou seja, um ponto da assistência que faz o primeiro atendimento à população e encaminha os casos, se necessário, para os outros serviços, permitem tratá-las de forma eficaz e oportuna.
O cálculo de repasse para cada município foi elaborado com base em um índice de prioridade: para classificação dos municípios em alto, médio e baixo, levando em consideração o quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.
Dessa forma, as cidades de perfil alto tiveram valores de repasse multiplicados por três, do perfil médio multiplicados por dois e do perfil baixo multiplicados por um.
Condições da pós-Covid-19
Os sintomas pós-Covid-19 podem manifestar-se de diferentes maneiras e dependem da extensão e gravidade da infecção, dos órgãos afetados e dos cuidados tomados durante a fase aguda da doença. Os dados do tema - que já foram divulgados por pesquisadores - permitem estimar que muitos pacientes apresentam sintomas persistentes ou novos decorrentes da infecção, o que deverá acarretar um aumento na demanda por cuidados prolongados.
Um estudo publicado na revista científica The Lancet demonstrou que, seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados apresentavam algum sintoma persistente. Os sintomas mais comuns foram cansaço e a fraqueza muscular, presentes em 63% dos casos, seguidos por dificuldade para dormir, ansiedade e depressão. Pelo menos 56% desenvolveram algum tipo de alteração pulmonar significativa.
Outra pesquisa, publicada no Epidemiology Infection, que acompanhou 767 pacientes após internação por Sars-Cov-2, mostra que 51,4% os pacientes ainda se queixavam de sintomas após cerca de 80 dias do quadro agudo, mais comumente fadiga e dispneia aos esforços, e 30,5% ainda apresentavam consequências psicológicas pós-traumáticas. Difusão pulmonar prejudicada foi encontrada em 19%.
Fonte: Gazetaweb com Assessoria
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