Circula nas redes sociais a imagem de uma postagem no Instagram onde uma mulher afirma que o filho adolescente teria sofrido um ataque cardíaco e que o caso seria um efeito colateral da vacina contra a Covid-19. A primeira afirmação é falsa e a segunda insustentável.
O paciente foi atendido em um hospital da Unimed na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, onde foi realizado um eletrocardiograma que apontou apenas uma arritmia, com resultado geral dentro da normalidade. Não há comprovação de que o caso tenha relação com a vacina.
As postagens, principalmente no Twitter e Instagram, mostram publicações da mãe do menor. “Não vou me calar! Ontem foi meu filho que precisou tomar essa picada para poder frequentar as aulas presenciais e o resultado um ataque cardíaco sem explicação! Médicos perdidos, hospital despreparados (sic)”, acusa a mulher.
O primeiro fato a ser esclarecido é sobre a criança ter sofrido um ataque cardíaco. Essa informação é falsa. A Unimed Ribeirão Preto confirmou que atendeu o menor no dia 7 de janeiro com queixas de dores no peito, mas o diagnóstico apontou somente uma arritmia.
Para o diagnóstico, foi realizado um eletrocardiograma e o resultado foi analisado por mais de um profissional. “O médico pediatra iniciou o atendimento e solicitou todos exames necessários, inclusive foi realizado no adolescente um exame eletrocardiograma, cujo laudo, logo após a realização do mesmo, foi compartilhado com cardiologista clínico para segunda opinião, que, por sua vez, relatou que o exame apontou resultados dentro da normalidade - sinalizando apenas uma arritmia atípica”, informou o hospital por meio de nota.
Na postagem, a mulher também reclama que não havia cardiologista de plantão na unidade. A Unimed respondeu que mantém médicos emergencialistas 24 horas por dia e que ofereceu toda assistência ao paciente. “A unidade hospitalar dispõe de médico intensivista cardiologista que contribuiu com a análise do caso. A orientação prestada aos responsáveis pelo paciente foi para que houvesse um acompanhamento posterior de um profissional cardiologista ao menor, no consultório, para monitoramento da evolução do caso e para avaliação de rotina”, pontuou a operadora de plano de saúde.
A OMS e a Anvisa reforçam o que diz a comunidade científica: os benefícios das vacinas superam qualquer risco, inclusive em crianças. Os relatórios de dois estudos publicados no dia 31 de dezembro de 2021 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos mostraram que os casos adversos em crianças “são raríssimos”. Por outro lado, o resultado apontou que de 700 crianças e adolescentes hospitalizadas com Covid-19, apenas 0,4% dos pacientes em idade vacinal haviam recebido todas as doses, ou seja, as hospitalizações são mais comuns em crianças não vacinadas.
A Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) informou que em caso de evento adverso pós vacinal, a pessoa deve procurar a rede de saúde local. A orientação do Ministério da Saúde é que deve ser realizada a notificação no sistema e-SUS Notifica pelos profissionais que atuam diretamente nas salas de vacinação, pelos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE) e pelos profissionais de saúde. Qualquer cidadão também pode realizar a notificação por meio do site VigiMed
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