“Café na minha vida e na minha família é mais do que uma bebida, é um ritual, é o que une a gente. Tanto que eu, meu pai e minha irmã fizemos uma tatuagem de café juntos”, conta a jornalista Bárbara Cruz, cuja a família tem uma fazenda na cidade de Coromandel (MG), onde produz café, há pelo menos 150 anos.
A cultura de fabricação colocou o produto no cotidiano da família. Embora tenha crescido em Brasília, Bárbara passava férias na fazenda e relata que os primos concorriam para ajudar na torra e na moagem. Começou a tomar a bebida na infância, mas desgostou na adolescência. Ao entrar na universidade, reencontrou-se com o café.
“Eu morei na Itália e tomava dois ou três expressos por dia. Um dia eu estava muito corrida e não consegui parar para tomar após o almoço. Deu 16h e eu estava com uma dor de cabeça terrível. Quando me dei conta de que não tinha bebido, tomei um [café] e a dor passou”, conta a jornalista.
A relação íntima e próxima de Bárbara com o café é parte da cultura brasileira. E 14 de abril marca o dia dessa bebida tão presente na vida dos brasileiros. Segundo o Ministério da Agricultura (MAPA), o país consumiu 21,5 milhões de sacas de 60 quilos (kg) de café entre novembro de 2020 e outubro de 2021.
Qualidade
Entre 1997 e 2021, o consumo do café no Brasil quase dobrou, passando de 11,5 milhões de sacas para 21,5 milhões de sacas. Em 2021, o brasileiro consumiu em média 4,84 kg de café torrado.
O alto consumo é acompanhado pelo destaque na fabricação. O país vem se mantendo no topo da lista de produtores por mais de 150 anos. Na safra de 2020/2021, o Brasil beneficiou 47,7 milhões de sacas.
Para a safra de 2021/2022, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção deve avançar para 55,7 milhões de sacas. Segundo o Mapa, há 300 mil estabelecimentos que produzem café no país, em 17 estados. As unidades da Federação que lideram esse processo são Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Rondônia.
Memórias afetivas
A empresária Helena Rosa, dona do Crioula Café, no Distrito Federal, decidiu criar uma cafeteria para revisitar as próprias raízes. “Quando pequenas, tínhamos o hábito do alimento ao redor da mesa e um cafezinho da hora sempre presente. Daí quis ter uma cafeteria e trouxe o diferencial da cultura quilombola”, diz.
Segundo ela, o objetivo é trazer memórias afetivas e fomentá-las nos clientes, tanto no preparo dos alimentos quanto na relação entre trabalhadores e clientes. Helena conta que as pessoas procuram, cada vez mais, conhecer sobre o café.
“É perceptível que o cliente se mostra cada vez mais interessado em saber sobre a qualidade do café a que tem acesso. Consequentemente, vemos um aquecimento do setor, que tem se movimentado cada vez mais para atender essa demanda”, destaca Rosa.
Fonte: Agência Brasil
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