28/10/2022 08:56:31
Geral
Homem passa por transplante raro em Maceió e vive com dois corações
Paciente era portador de miocardiopatia, que compromete o bombeamento de sangue para o organismo; coração original vai auxiliar o órgão doad
Assessoria

O alagoano Denyson Rennon Souza Monteiro, de 42 anos, ganhou um coração extra na madrugada da última terça-feira (25), em transplante realizado pelo cirurgião cardiovascular José Wanderley Neto. Ele se recupera na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardíaca, com prognóstico de transferência para um apartamento nos próximos dias.

O órgão foi doado pela família de uma mulher de 33 anos de idade, que morreu em um acidente de trânsito. Os rins foram também doados e já transplantados e as córneas ainda serão aproveitadas. Já o fígado, em função das lesões provocadas pelo acidente, não estava em condições de ser aproveitado.

O transplante foi iniciado no final da noite de segunda-feira (24), pelo médico cirurgião cardiologista José Wanderley. A equipe de apoio foi integrada pelos cirurgiões Rafaela Sales, Laio Wanderley e Klebert Tenório e demais profissionais que dão suporte pré-cirúrgico e após a cirurgia.

O coração doado agora bate paralelamente ao coração nativo de Denyson Monteiro. A modalidade cirúrgica em que o coração original do paciente é preservado e conectado ao do doador - ambos funcionam em paralelo - é tecnicamente conhecida como transplante heterotópico, realizado por poucos cirurgiões cardíacos.

Este foi o oitavo transplante heterotópico procedido pelo cirurgião cardíaco alagoano. O primeiro do gênero foi feito por ele em 1989.

A principal indicação de uso dessa técnica é quando o coração do doador é pequeno para o receptor. Nesse caso, o coração nativo é preservado para funcionar como auxiliar ao coração transplantado. Foi o que aconteceu com Denyson Monteiro.

Pesando mais de 100 quilos e com maior estatura, o órgão transplantado sozinho não daria conta de cumprir as funções de bombeamento do sangue e ritmo de batimento adequados do receptor. Diante disso, José Wanderley optou por manter o coração de Denyson – que teve sua capacidade de funcionamento estimada em 20% - para auxiliar o coração doado.

Denyson Monteiro era portador de miocardiopatia, doença do músculo cardíaco (miocárdio) que compromete o bombeamento de sangue para o organismo e, em muitos casos, é provocada por fatores genéticos e hereditários.

Fonte: Gazetaweb

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