Laura Nogueira, de 48 anos, viveu momentos de desespero ao ser esquecida pelos funcionários de uma clínica de exames dentro de uma máquina de ressonância magnética, no último domingo (13/3), em Salvador (BA). Ao perceber o erro, a mulher diz que ficou rouca de tanto gritar, mas permaneceu no equipamento por 15 minutos até os técnicos da clínica Delfin perceberem a falha.
O exame, que consiste em deitar em uma plataforma e ser inserido dentro de um círculo — que emitirá as ondas e, assim, fará o exame — causa receio em algumas pessoas por provocar uma sensação de claustrofobia, devido à impossibilidade de se locomover e sair por conta própria do equipamento.
Mas Laura afirma que não sente receio do procedimento por ter que se submeter a ele por diversas vezes: ela tem três hérnias de disco na lombar e na coluna cervical e, pelo menos uma vez por ano, ela é submetida ao exame para checar possíveis alterações. Por isso, ela não imaginou que a checagem anual de 2022 lhe traria uma situação inusitada.
No entanto, desde que chegou no local, teve problemas. Assim que deitou na máquina e começou o exame, a médica que a acompanhava interrompeu o procedimento por “problemas do sistema”. Ela foi encaminhada a outra sala e reiniciou a ressonância.
“O exame foi feito, a máquina desligou e eu fiquei esperando. Até que comecei a achar estranho, porque eles abrem de imediato. Eu comecei a balançar as pernas e notei tudo muito silencioso”, contou Laura ao jornal local iBahia.
Ela esperou um pouco mais e decidiu apertar o botão de pânico, que é deixado com os pacientes dentro da máquina caso ocorra qualquer problema durante o exame. Laura não teve resposta, de acordo com ela, a máquina desligada não permitia a usabilidade do recurso.
Foi quando a mulher se desesperou. “Eu me desesperei bastante. Passei um bom tempo tentando me acalmar e foi horrível porque você não sabe o que está acontecendo do lado de fora”, detalhou e acrescentou que gritou para chamar alguém, mas não adiantou.
Ela foi resgatada cerca de 15 minutos depois por dois técnicos. Ela conta que os profissionais estavam “mais atordoados” do que ela e explicaram o que ocorreu. “Eles disseram que a biomédica que fazia meu exame estava em outro andar e teria que ter avisado quando o procedimento terminasse para que os técnicos fossem retirá-la da sala”, disse.
A mulher ainda disse que os técnicos não iriam entrar na sala, pois não foram acionados. “Eles disseram que só me encontraram porque ‘o meu marido’ perguntou de mim. Mas eu estava sozinha na clínica. Na hora eu achei estranho, mas eu só queria sair dali”, conta Laura. “Eu espero que ninguém passe pelo mesmo sufoco que eu passei”, torce.
Em nota, a Delfin lamentou o ocorrido e disse que segue todos os protocolos para garantir a qualidade e a segurança na realização dos exames. Laura afirmou que a clínica entrou em contato com ela na segunda-feira (14/3) para oferecer suporte e pedir desculpas.
A mulher prestará denúncia da clínica para o plano de saúde que utiliza, o Sulamerica, e estuda processar o estabelecimento.
Fonte: Correio Braziliense
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