Uma realidade com muitas demissões. Assim está o setor de eventos no Brasil, que já demitiu mais de mais 400 mil trabalhadores desde o início da pandemia, segundo Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos).
Os eventos englobam palestras, exposições, festas, casas noturnas, campeonatos, shows, entre outros que haja pagamento de ingresso. Assim, atualmente presenciamos, de um lado, a necessidade de trabalhar e do outro, o medo da contaminação.
Ao mesmo tempo, outros países como Nova Zelândia, Inglaterra, França, Espanha e Estados Unidos já estão voltando a realizar, aos poucos, shows e eventos para milhares de pessoas.
Retomada
Fechados desde março de 2020 por causa da pandemia, as mais diferentes empresas procuram alternativas para se reinventar e sobreviver aos meses mais difíceis de suas trajetórias.
Por isso, infelizmente, muitos têm optado por realizar os eventos de forma clandestina. Só para ter uma ideia, em três meses, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, as polícias Civil e Militar participaram de mais de 4.500 operações em baladas clandestinas no estado e quase 10 mil pessoas foram detidas.
Em caso de festas clandestinas, os organizadores dos eventos podem ser detidos e multados em até R$ 290 mil.
Por isso, o programa "Fala Que Eu Te Escuto" deste sábado abordou o tema e questionou os espectadores se permitir shows e festas com restrições seria melhor para desestimular os eventos clandestinos ou ainda não está na hora de permitir a reabertura.
O cantor e produtor musical, José Rodrigues, conhecido como Gibi, afirmou que o setor de eventos precisa voltar à normalidade, assim como já está acontecendo com outros serviços, como bares e restaurantes. “Passamos uma situação muito difícil, pois dependemos dos eventos para manter nossos empregos. Sou a favor de permitir o retorno, mas com segurança. Assim, conseguimos voltar a trabalhar e combatemos as ações clandestinas.”
Já a jornalista Cristiane Caruso disse que não concorda com a retomada dos eventos no Brasil. “A pandemia está afetando a todos, emocionalmente ou financeiramente. É imaturo pensar em permitir aglomerações agora. Não podemos nos comparar com outros países, porque eles estão vivendo outra realidade. Embora estejamos avançando na vacinação, ainda falta muito para chegarmos à imunidade de rebanho.”
Necessidade de trabalho
Desse modo, a grande esperança dos empresários e trabalhadores do setor é o avanço da vacinação, porque, com o maior controle da pandemia a volta dos eventos se torna possível.
O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou que, a partir do dia 17 deste mês, vai realizar 30 eventos-teste para analisar se com a vacinação, capacidade reduzida, testagem e uso de máscaras é possível permitir a reabertura em breve.
“Precisamos retomar os trabalhos desse setor. As pessoas precisam trabalhar... A verdade é que enquanto não voltar, muitos continuarão fazendo eventos de forma clandestina. Eu, por exemplo, preciso voltar a trabalhar. A situação está difícil”, desabafou durante o programa a cantora Kelly Lima.
Apesar da opinião de Kelly, 76% dos espectadores acreditam que ainda não está na hora de permitir o retorno dos eventos. “As festas estão acontecendo de forma clandestina, sem restrições. Quando falamos em funcionar com medidas de segurança, estamos falando em controlar isso. Se for possível, pensando nos trabalhadores, talvez seja importante. Mas, a pergunta que fica é: O país consegue fiscalizar os eventos?”, concluiu o apresentador, o Bispo Adilson Silva.
Fonte: R7
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