26/01/2022 12:00:57
Justiça
Acusado de matar vizinha que o apontou como traficante é condenado a 22 anos
Segundo a decisão, o réu mentiu, chegando a relatar mais de uma versão dentro do mesmo interrogatório; júri popular ocorreu nessa terça (25)
Assessoria
Assessoria TJ/AL

O Tribunal do Júri da 7ª Vara Criminal de Maceió condenou, nessa terça (25), o réu Caíque Lima da Silva a 22 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo homicídio cometido contra Yasmim da Silva Rodrigues, em novembro de 2017. O júri popular foi conduzido pelo juiz Ewerton Chaves Carminati, no Fórum da Capital.

Ao fixar a pena, o juiz destacou a reprovabilidade da conduta do réu, que praticou o delito com a vítima segurando uma criança no colo, “mostrando absoluto desprezo pela fragilidade da vida de terceiro estranho ao delito”.

O magistrado também apontou o fato de o acusado ter mentido no momento de seu interrogatório sobre o local em que estava no momento do crime, chegando a relatar mais de uma versão dentro do mesmo interrogatório.

“A esse respeito, a Constituição Federal não abarca o direito de mentir, na medida em que uma coisa é a possibilidade de calar-se e não produzir provas contra si mesmo, e outra completamente diferente é a criação de versões fantasiosas dos fatos, com o nítido propósito de atrapalhar a elucidação do que efetivamente ocorreu”, diz a decisão.

O réu está preso e não poderá apelar em liberdade.

O caso

O crime ocorreu no dia 30 de novembro de 2017, no bairro da Cidade Universitária. Segundo a acusação, a vítima estava sentada na frente da casa de sua avó, com um bebê de 11 meses no colo, quando foi atingida por disparos de arma de fogo efetuados pelo réu.

Segundo o inquérito policial, a vítima era usuária de drogas, e ao ser pressionada por policiais militares a fornecer informações sobre um traficante com quem tinha contato, entregou o endereço de Caíque. O réu acabou sendo expulso de casa pelos pais após a ida da polícia à sua residência.

Como retaliação, Caíque teria executado Yasmin com disparos de arma de fogo. O réu nega o crime, e diz que está sendo acusado apenas porque a viatura da Polícia esteve na casa dele. Afirmou também que saiu da casa dos pais por medo das acusações, e que no dia do crime tinha acabado de chegar de um aniversário em outro bairro.

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