O julgamento do caso da Boate Kiss será retomado para o sexto dia de audiências no Foro Central I, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (6/12). Na ocasião, serão ouvidos os sobreviventes Willian Renato Machado e Nathalia Daronch e a testemunha Stenio Rodrigues Fernandes, todos listados pela defesa do advogado Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, esposo de Nathalia.
O juiz que comanda as sessões, Orlando Faccini Neto, determinou que vai ouvir três pessoas por dia. Faccini disse ser difícil estipular alguma data para o encerramento das audiências com sobreviventes e testemunhas.
Tiago Mutti, sócio da empresa originária da boate, passou de testemunha para informante porque responde a um processo por falsidade ideológica relacionado à Kiss.
Confira o julgamento on-line:
No domingo (5/12), Delvani Brondani Rosso, sobrevivente do incêndio, mostrou cicatrizes nas costas e falou sobre o momento traumático.
“Quando eu fui caindo, fui me despedindo… da minha família, dos meus amigos. Pedi perdão”, disse. Doralina Peres, ex-segurança da boate, relatou em detalhes como funcionava a entrada do público na Kiss, e disse que desmaiou enquanto tentava sair do incêndio e não lembra de muita coisa. “Lembro de muito grito, muita confusão”, disse.
De acordo com o Tribunal de Justiça, após 16 pessoas já terem sido ouvidas, restam 13: 11 testemunhas e dois sobreviventes.
A tragédia aconteceu em 27 de janeiro de 2013, quando a Boate Kiss sediava a festa universitária denominada Agromerados. No palco, se apresentava a Banda Gurizada Fandangueira, quando um dos integrantes disparou um artefato, atingindo parte do teto do prédio, que pegou fogo. O incêndio se espalhou de forma rápida e provocou a morte de 242 pessoas, deixando mais de 600 feridos.
No processo criminal, os empresários e sócios da Boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha Leão, respondem por homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortos; e 636 vezes tentado, número de feridos). Eles serão julgados por um Conselho de Sentença, no Tribunal do Júri, no dia 1º de dezembro de 2021, no plenário das Varas do Júri da Comarca de Porto Alegre, junto ao Foro Criminal.
Fonte: Metrópoles
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