27/07/2024 12:13:49
Justiça
COI cita reabilitação ao confirmar atleta condenado por estupro nas Olimpíadas
Porta-voz da entidade argumentou que crime ocorreu há dez anos e que houve reabilitação
Pablo Morano/BSR Agency/Getty ImagesSteven van de Velde, atleta do vôlei de praia da Holanda
Redação com GE

O Comitê Olímpico Internacional (COI) se pronunciou pela primeira vez, neste sábado (27), sobre a presença do jogador holandês de vôlei de praia Steven van de Velde, condenado por estupro de uma menina de 12 anos, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O porta-voz do COI, Mark Adams, confirmou a participação do atleta, apesar de uma enorme pressão contrária, argumentando que a entidade está satisfeita com as explicações do Comitê Olímpico da Holanda, que o crime ocorreu há dez anos e que houve reabilitação.

 

— Classificar como confortável e feliz não seria correto — iniciou o porta-voz ao ser perguntado, em entrevista coletiva, se o COI estava confortável com a participação de van de Velde nas Olimpíadas.

— Deixamos claro que temos mantido longas conversas com o Comitê Olímpico Holandês. Um crime ocorreu há dez anos, muita reabilitação aconteceu e fortes garantias estão em vigor — continuou.

— O atleta nem fica na vila. Sentimos que o comitê nacional já explicou sua decisão. Confortável e feliz, classifique como quiser, mas a posição que eles nos deram está correta e continuaremos com a situação como está — concluiu o representante do COI

Van de Velde foi condenado a quatro anos de prisão na Grã-Bretanha, em 2016, pelo estupro de uma menina de 12 anos, em 2014, quando o atleta tinha 19. Ele cumpriu parte da sentença antes de retornar à Holanda.

 

O holandês voltou a competir no vôlei de praia em 2017 e, fazendo dupla com Matthew Immers, irá estrear nas Olimpíadas em jogo contra os italianos Ranghieri e Carambula Raurich neste domingo (28), às 5 horas (no horário de Brasília).

Diante da repercussão negativa sobre a participação Van de Velde nos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico da Holanda decidiu não deixá-lo na vila olímpica e acomodá-lo em uma moradia alternativa. Ele também está proibido de falar com a imprensa.

Ainda assim, o COI vinha sendo cobrado sobre a presença de Van de Velde, com a alegação de que os órgãos esportivos estariam enviando uma mensagem perigosa aos estupradores e causando "danos colaterais" às vítimas de abuso sexual, segundo reportado pelo jornal britânico The Guardian.

 

Entenda o caso

Em 2014, Steven van de Velde, à época com 19 anos, voou de Amsterdã, na Holanda, até Milton Keynes, no Reino Unido, para conhecer uma estudante de 12 anos, que havia conhecido pela internet. Embora estivesse ciente de que a vítima era virgem e menor de idade, o holandês a forçou a ter relações sexuais.

O crime sexual acabou descoberto depois que a menina, cuja identidade não é revelada para preservá-la, esteve em uma clínica médica para tomar uma pílula do dia seguinte, sob orientação de van de Velde. Em 2016, recebeu a sentença de quatro anos de prisão por estupro.

Na a sentença, a juíza Francis Sheridan declarou:

— Uma criança jovem e ingênua e tola formou a visão de que você a amava. Na realidade, você só a conhecia na internet, nunca a tinha conhecido antes e tinha plena consciência da diferença de idade. O dano emocional que foi causado a essa criança é enorme. À medida que ela amadurece, ela terá que perceber que você não é o homem legal que ela pensou que você era e esperava que você fosse.

 

 

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