03/06/2023 10:37:04
Justiça
Justiça torna réu casal suspeito de espancar o próprio filho de 4 anos
Na decisão, que aconteceu nesta sexta-feira (02), o magistrado cita a denúncia feita pelo Ministério Público de Alagoas
ReproduçãoCriança espancada
Redação com TNH1

A Justiça de Alagoas tornou réu pelo crime de tortura o casal suspeito de espancar o próprio filho, uma criança de 4 anos, no Vergel do Lago, em Maceió. A decisão é do juiz Ygor Vieira de Figueirêdo, da 14ª Vara Criminal da Capital. Os pais foram presos no último dia (24), no Trapiche, após populares denunciarem o crime.

Na decisão, que aconteceu nesta sexta-feira (02), o magistrado cita a denúncia feita pelo Ministério Público de Alagoas, que diz que a criança foi exposta a um intenso sofrimento físico e violência. Segundo consta no processo, a avó paterna da criança também teria participado das agressões.

"A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Após minucioso estudo dos elementos informativos obtidos até o momento, verifico que a denúncia contém a descrição dos fatos criminosos imputados ao acusado, o qual foi devidamente qualificado nos autos, com a pontuação de provas da materialidade e de indícios de autoria em desfavor destes".

O caso - Após denúncia, policiais militares prenderam, na tarde do dia 23 de maio, um casal suspeito de torturar o próprio filho, uma criança de apenas 4 anos. A prisão aconteceu na casa avó paterna do menino, no bairro do Trapiche da Barra, na Região Sul de Maceió.

O casal e a criança foram levados à Central de Flagrantes, onde o delegado que atendeu o caso afirmou se tratar de um caso de tortura. Uma conselheira tutelar que acompanha o caso relatou que a criança contou ao delegado que o pai a agredia com socos e que a mãe batia com um fio.

De acordo com a conselheira tutelar Valmenia Santos, o Conselho recebeu a denúncia na tarde dessa terça-feira, 23, após um trabalho de conscientização na região do Vergel do Lago.

"Recebemos a denúncia às 14h, que foi feita por diversas pessoas. Foram várias denúncias anônimas e, além desses relatos, também recebemos um vídeo, que nos chocou bastante. Fomos até o local, a casa estava fechada e não encontramos a criança. Falamos com a avó paterna da criança, que disse que não tinha o número do filho, porém descobrimos que ela tinha. Quando estávamos saindo do local, populares nos informaram que o agressor estava escondido em um barraco. Nesse momento, acionamos a polícia militar, que efetuou a prisão do agressor", contou Valmenia, em entrevista ao Cidade AL.

Segundo ela, o agressor já responde por homicídio. "A prisão dele aconteceu no barraco da mãe, onde nós estávamos e, ao nos ver no local, ele entrou no barraco de um outro morador. Quando chegamos no local, a criança estava coberta e só com os pés descobertos. A princípio, achamos que ela estava morta, porém, após a criança se sentar, tivemos a dimensão das agressões. Essa criança tem sinais de agressões na região do olho, na testa, na cabeça e nas costas. Essa criança apresenta marcas de agressões da cabeça aos pés, que variam entre cicatrizes antigas e novas", relatou.

De acordo com Valmenia, a criança contou que algumas cicatrizes foram feitas por golpes de fio e outras foram feitas por sandália. "O menino ainda disse que o pai o agrediu com diversos socos no rosto e na cabeça. Quando questionamos a mãe sobre as agressões, ela pediu para perguntar a criança, que nos respondeu que as agressões aconteceram pelo fato dele não ter 'obedecido'". 

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